Após 15 meses de negociações sigilosas, o Itaú e o Unibanco assinaram nesta segunda-feira um contrato de fusão das operações financeiras entre ambos, criando o maior banco do país e um dos vinte maiores do mundo. A nova instituição se chamará Itaú Unibanco Holding e terá um patrimônio líquido de 51 bilhões de reais.
A fusão foi anunciada na forma de um comunicado das duas empresas: “Os controladores da Itaúsa [empresa de participações do grupo Itaú] e da Unibanco Holdings comunicam ao mercado que assinaram nesta data contrato de associação visando à unificação das operações financeiras do Itaú e do Unibanco de modo a formar o maior conglomerado financeiro privado do Hemisfério Sul, cujo valor de mercado fará com que ele fique situado entre os 20 maiores do mundo”, diz o texto.
Segundo a nota, a união das operações dos dois bancos cria uma “instituição financeira com a capacidade de competir no cenário internacional com os grandes bancos mundiais”. Para ser concretizada, no entanto, a fusão ainda deverá ser aprovada pelo Banco Central e por órgãos reguladores como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
O presidente do conselho do Itaú Unibanco Holding será Pedro Moreira Salles (pelo Unibanco) e o presidente executivo será Roberto Egydio Setúbal (pelo Itaú). No total, o Conselho Administrativo será composto por 14 membros – seis dos quais indicados pelo Itaú e pela família Moreira Salles. De acordo com o comunicado, “o novo banco consolida-se em um cenário que encontra o Brasil e o seu sistema financeiro em situação privilegiada, com enormes possibilidades de melhorar ainda mais a sua posição relativa no cenário global”.
Ações – Segundo o novo acordo, as ações do Unibanco vão migrar para uma nova empresa, chamada Itaú Unibanco Holding Financeira, cujas ações ordinárias irão substituir as ações ordinárias do Unibanco e da Unibanco Holdings. Cada 1,1797 ação dos dois bancos irá valer uma ação do Itaú Unibanco Holding e cada 1,7391 ação Unit do Unibanco valerá 1 ação preferencial.