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Incêndio em Santos entra no quarto dia, e multa a empresa pode chegar a R$ 50 milhões

Após mais de 70 horas de trabalho ininterrupto do Corpo de Bombeiros, três tanques ainda estão em chamas

Por Da Redação
5 abr 2015, 12h05

O combate ao incêndio no pátio da Ultracargo/Tequimar, em Santos, litoral sul de São Paulo, entrou no quarto dia neste domingo. Após mais de 70 horas de trabalho ininterrupto do Corpo de Bombeiros, três tanques ainda estão em chamas. Na madrugada deste domingo, as equipes conseguiram extinguir o fogo em um dos tonéis, na área industrial da Alemoa. Os bombeiros mantêm a estratégia de resfriamento constante da área, jogando água – retirada do mar pela embarcação Governador Fleury e transferida aos caminhões tanques -, em conjunto com uma espuma especial que tenta abafar o fogo.

No sábado, o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), informou que pediu ajuda ao governo federal, por meio do vice-presidente Michel Temer, e também à Petrobras. A estatal enviou caminhões com uma espuma específica para combate a fogo em combustível. Os tanques da Ultracargo atingidos pelo incêndio armazenam etanol e gasolina.

Para acompanhar o incidente e integrar os trabalhos, o governo de São Paulo montou em Santos um gabinete de crise, com participação do vice-governador, Márcio França; dos secretários Saulo de Castro (Governo), José Roberto Rodrigues de Oliveira (Casa Militar), Alexandre de Moraes (Segurança Pública) e Patrícia Iglecias (Meio Ambiente). Também acompanham a situação o comandante do Corpo de Bombeiros, Marco Aurélio Alves Pinto; o subsecretário de Comunicação, Marcio Aith; o prefeito Paulo Alexandre Barbosa, além das Secretarias Municipais de Segurança, Defesa Civil, Meio Ambiente e Saúde. Exército, Marinha e Aeronáutica apoiam a ação.

“Não há necessidade de remoção dos moradores da área, a população pode ficar tranquila porque a evolução está sendo positiva com todas essas medidas preventivas. Se houver necessidade, estamos preparados com a união de todas as forças para qualquer situação de emergência.”, disse o prefeito de Santos, que também falou sobre os efeitos da fumaça produzida pela queima dos combustíveis, situação monitorada pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). “Não há registro de prejuízos à saúde da população”, garantiu Barbosa.

Moradores de bairros próximos, principalmente Piratininga e São Manoel, recebem avisos oficiais por telefone, e visitas às casas, sobre uma possível evacuação. A Prefeitura afirma que está preparada para a situação, com base na legislação que obriga o Poder Público a contar com um plano de emergência, que pode ser acionado quando necessário.

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O pátio tem 58 tanques, que armazenam etanol, gasolina, óleo diesel, óleos vegetais, fertilizantes líquidos e outros produtos químicos, inclusive solventes. Além do combate ao fogo, as equipes estão fazendo a inertização (isolamento) do conteúdo de alguns tonéis e transferindo o que está armazenado na área para outros locais. No total, a Ultragargo é dona de 175 tanques, espalhados pela região.

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Meio Ambiente – A Cetesb informou na última sexta-feira (dia 3), que foram registradas mortes de peixes no canal do estuário da Alemoa, mas a companhia minimizou o incidente, sem explicar os motivos. Segundo a Prefeitura de Santos, a situação está em análise e um laudo será emitido em 30 horas. De qualquer forma, a população foi orientada a não consumir os pescados.

Para Antônio Carlos Vendrame, professor, engenheiro e especialista em segurança no trabalho, saúde e meio ambiente, o maior risco está em possível vazamento do combustível para o solo. “A coluna de fumaça assusta porque é grande e escura, mas a quantidade de oxigênio na atmosfera e na Serra do Mar é muito maior. Por isso, a possibilidade de dano ambiental é desprezível. O alerta é necessário para a possibilidade de vazamento do combustível no solo. Essa sim seria uma catástrofe”, explica Vendrame.

Multa – A secretária estadual do Meio Ambiente, Patrícia Iglecias, esteve no local do incêndio no sábado e falou sobre possíveis penalidades à Ultracargo. “Existe uma legislação estadual. E também é possível aplicar Decreto Federal o nº 6.514. A multa chegaria a R$ 50 milhões, mas a aplicação depende de uma análise mais detalhada”, diz.

(com Estadão Conteúdo)

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