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Guardas-civis tentam barrar distribuição de sopa na Cracolândia

Após denúncia feita por padre, a situação foi regularizada e a entrega foi liberada pelo Secretário de Segurança municipal, José Roberto Rodrigues

Por Da Redação
Atualizado em 21 jul 2017, 17h29 - Publicado em 21 jul 2017, 09h46

Guarda-Civis Metropolitanos (GCM) foram acusados de tentar impedir, na noite desta quinta-feira, a distribuição de sopa quente para moradores de rua e dependentes químicos da Cracolândia, na região central da cidade de São Paulo. A denúncia foi feita pelo padre da Pastoral Povo de Rua, Júlio Lancelotti.

No Facebook, o padre se manifestou dizendo que “o grupo Mensagem de Paz está oferecendo sopa quente, água e acolhida na Cracolândia e estão sendo pressionados e impedidos pela GCM”. Lancelotti entrou em contato com o Secretário de Segurança Urbana da Prefeitura, coronel José Roberto Rodrigues, para resolver a situação.

O incidente ocorreu por volta das 22h. O secretário confirmou ter recebido o telefonema do padre e afirmou ter telefonado para o inspetor responsável pelo trabalho da Guarda Civil na região para liberar a entrega das refeições.

A Assessoria de Imprensa da Prefeitura se manifestou sobre o ocorrido dizendo que “O episódio envolvendo a GCM na noite passada, além de o secretário de Segurança Urbana, José Roberto de Oliveira, ter autorizado de imediato a distribuição de alimentos, o prefeito João Doria determinou às secretarias envolvidas a revisão de toda a regulamentação municipal a respeito da distribuição gratuita de alimentos manipulados na cidade. O prefeito determinou ainda que não sejam impostas restrições à doação de alimentos a pessoas em situação de rua ou dependentes químicos.”

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“Falei com o inspetor que estava lá para deixar distribuir. O padre me ligou dizendo que o pessoal estava lá. Existe decreto de que o alimento manipulado não poderia ser (entregue), mas como é uma igreja e o pessoal está empenhado em relação ao frio, eu falei para o inspetor: ‘Libera aí a sopa”.

Segundo Rodrigues, tudo foi resolvido, e as ações da GCM foram intensificadas para diminuir “o sofrimento das pessoas em situação de vulnerabilidade” e viaturas estão fazendo rondas para auxiliar essas pessoas. O coronel completa dizendo que a Defesa Civil da área está orientada a entregar cobertores e a convencer as pessoas a irem para albergues.

Jatos d’água

O caso ocorreu um dia depois de reportagem da Rádio CBN relatar que moradores de rua foram acordados com jatos d’ água na Praça da Sé, o que a prefeitura nega. O prefeito João Doria (PSDB) disse que empresas terceirizadas, “de forma inadvertida”, molharam alguns cobertores. Segundo ele, as prestadoras de serviço foram orientadas a tomar mais cuidado.

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“Toda manhã às 6h, as áreas da cidade são limpas, mas [pedimos] que [as empresas] redobrem o cuidado para não prejudicar nenhum tipo de equipamento, sobretudo cobertores das pessoas em situação de rua. Quero aproveitar para esclarecer também que não houve jato d’água em ninguém. Não tem o menor cabimento, nós apuramos isso, não houve essa situação, até porque se houvesse, certamente, com o advento do celular, alguém teria feito essa imagem e ela não foi feita porque isso não existiu. Na limpeza do chão alguns cobertores foram molhados.”

(Com Estadão Conteúdo)

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