Guardas-civis tentam barrar distribuição de sopa na Cracolândia
Após denúncia feita por padre, a situação foi regularizada e a entrega foi liberada pelo Secretário de Segurança municipal, José Roberto Rodrigues
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Guarda-Civis Metropolitanos (GCM) foram acusados de tentar impedir, na noite desta quinta-feira, a distribuição de sopa quente para moradores de rua e dependentes químicos da Cracolândia, na região central da cidade de São Paulo. A denúncia foi feita pelo padre da Pastoral Povo de Rua, Júlio Lancelotti.
![O baiano Gilson Oliveira, 24, se cobre com diversas mantas e agasalhos para se proteger do frio. Os termômetros chegaram a marcar 7,9º C em São Paulo O baiano Gilson Oliveira, 24, se cobre com diversas mantas e agasalhos para se proteger do frio. Os termômetros chegaram a marcar 7,9º C em São Paulo](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/07/editadascanato241.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
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![Morador de rua se alimenta com sopa distribuída por voluntários, na região central de São Paulo Morador de rua se alimenta com sopa distribuída por voluntários, na região central de São Paulo](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/07/244a1934-21.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
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![Pessoas se aglomeram para receberem sopas distribuidas por voluntários na região central de São Paulo Pessoas se aglomeram para receberem sopas distribuidas por voluntários na região central de São Paulo](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/07/editadascanato10.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Antonio Luis, 60, morador de rua há 1 ano e meio, se protege do frio somente com um cobertor. Antonio Luis, 60, morador de rua há 1 ano e meio, se protege do frio somente com um cobertor.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/07/editadascanato14.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
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![Envolto por cobertores e agasalhos, morador de rua se prepara para tomar sopa distribuida por voluntários, na região central de São Paulo Envolto por cobertores e agasalhos, morador de rua se prepara para tomar sopa distribuida por voluntários, na região central de São Paulo](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/07/244a2031-35.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
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![Morador de rua se alimenta com sopa distribuída por voluntários, na região central de São Paulo Morador de rua se alimenta com sopa distribuída por voluntários, na região central de São Paulo](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/07/244a1941-22.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Morador de rua recebe agasalho para se proteger do inverno. Sensação términa chegou a 4ºC nesta quarta-feira (19) na capital paulista, na madrugada mais gelada do ano Morador de rua recebe agasalho para se proteger do inverno. Sensação términa chegou a 4ºC nesta quarta-feira (19) na capital paulista, na madrugada mais gelada do ano](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/07/244a2007-29.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Voluntário rezam em uma rua do Cambuci, zona central de São Paulo, antes de distribuirem sopas para moradores de rua Voluntário rezam em uma rua do Cambuci, zona central de São Paulo, antes de distribuirem sopas para moradores de rua](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/07/244a1852-9.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Voluntários entregam sopas para moradores de rua. Sensação térmica chegou a 4ºC na capital paulista Voluntários entregam sopas para moradores de rua. Sensação térmica chegou a 4ºC na capital paulista](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/07/244a1893-15.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Voluntários entregam sopas para moradores de rua. Sensação térmica chegou a 4ºC na capital paulista Voluntários entregam sopas para moradores de rua. Sensação térmica chegou a 4ºC na capital paulista](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/07/244a1899-16.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Morador de rua se alimenta com sopa distribuída por voluntários, na região central de São Paulo Morador de rua se alimenta com sopa distribuída por voluntários, na região central de São Paulo](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/07/244a1929-20.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
No Facebook, o padre se manifestou dizendo que “o grupo Mensagem de Paz está oferecendo sopa quente, água e acolhida na Cracolândia e estão sendo pressionados e impedidos pela GCM”. Lancelotti entrou em contato com o Secretário de Segurança Urbana da Prefeitura, coronel José Roberto Rodrigues, para resolver a situação.
O incidente ocorreu por volta das 22h. O secretário confirmou ter recebido o telefonema do padre e afirmou ter telefonado para o inspetor responsável pelo trabalho da Guarda Civil na região para liberar a entrega das refeições.
A Assessoria de Imprensa da Prefeitura se manifestou sobre o ocorrido dizendo que “O episódio envolvendo a GCM na noite passada, além de o secretário de Segurança Urbana, José Roberto de Oliveira, ter autorizado de imediato a distribuição de alimentos, o prefeito João Doria determinou às secretarias envolvidas a revisão de toda a regulamentação municipal a respeito da distribuição gratuita de alimentos manipulados na cidade. O prefeito determinou ainda que não sejam impostas restrições à doação de alimentos a pessoas em situação de rua ou dependentes químicos.”
“Falei com o inspetor que estava lá para deixar distribuir. O padre me ligou dizendo que o pessoal estava lá. Existe decreto de que o alimento manipulado não poderia ser (entregue), mas como é uma igreja e o pessoal está empenhado em relação ao frio, eu falei para o inspetor: ‘Libera aí a sopa”.
Segundo Rodrigues, tudo foi resolvido, e as ações da GCM foram intensificadas para diminuir “o sofrimento das pessoas em situação de vulnerabilidade” e viaturas estão fazendo rondas para auxiliar essas pessoas. O coronel completa dizendo que a Defesa Civil da área está orientada a entregar cobertores e a convencer as pessoas a irem para albergues.
Jatos d’água
O caso ocorreu um dia depois de reportagem da Rádio CBN relatar que moradores de rua foram acordados com jatos d’ água na Praça da Sé, o que a prefeitura nega. O prefeito João Doria (PSDB) disse que empresas terceirizadas, “de forma inadvertida”, molharam alguns cobertores. Segundo ele, as prestadoras de serviço foram orientadas a tomar mais cuidado.
“Toda manhã às 6h, as áreas da cidade são limpas, mas [pedimos] que [as empresas] redobrem o cuidado para não prejudicar nenhum tipo de equipamento, sobretudo cobertores das pessoas em situação de rua. Quero aproveitar para esclarecer também que não houve jato d’água em ninguém. Não tem o menor cabimento, nós apuramos isso, não houve essa situação, até porque se houvesse, certamente, com o advento do celular, alguém teria feito essa imagem e ela não foi feita porque isso não existiu. Na limpeza do chão alguns cobertores foram molhados.”
(Com Estadão Conteúdo)