Guaíba cai a 4,53 m, mas cheia deve se estender ao menos até fim do mês
Nível de água vem recuando. Lago, porém, pode permanecer acima da cota de inundação, que é de 3 m, para além do final de maio caso volte a chover
O nível do Lago Guaíba, que banha a região metropolitana de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, chegou neste sábado, 18, ao nível de 4,53 metros, segundo monitoramento feito por volta das 9h pela Agência Nacional de Águas (ANA). O nível de água vem caindo gradativamente nos últimos dias, com a redução das chuvas na região.
O Guaíba, porém, está bem acima da cota de inundação, que é de 3 metros, e pode permanecer dessa maneira até o final do mês ou mais, por causa da possibilidade de novas chuvas, segundo análise do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
“Os cenários de previsão indicam cheia duradoura, com redução lenta dos níveis”, diz a previsão do IPH. “Deve permanecer acima dos 4 m até o início da semana que vem. Redução segue lenta, mantendo-se acima da cota de inundação de 3 m até o final do mês ou mais, dada a possiblidade de novas chuvas.”
O pico do Guaíba foi atingido no último dia 5, quando o lago ultrapassou a marca de a 5,3 metros. Segundo alerta do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) desta sexta-feira, 17, a bacia permanece em situação crítica, pois “recebe toda água que se desloca pelas bacias dos Rios Jacuí, Taquari-Antas, Caí, Sinos e Gravataí, todas ainda com níveis dos rios elevados”.
A outra bacia do RS em situação crítica é a da Lagoa dos Patos. Segundo o Cemaden, os municípios banhados pela laguna “permanecem com ocorrência dos processos de inundação devido ao deflúvio proveniente do Lago Guaíba para a Lagoa dos Patos e, ocasionalmente, agravado pelas condições dos ventos”.
Balanço da Defesa Civil
Desde o início das enchentes, o estado contabiliza 155 mortos, 94 desaparecidos e 806 feridos, de acordo com o balanço divulgado pela Defesa Civil às 9h deste sábado. A tragédia afetou de alguma forma mais de 2,3 milhões de pessoas e 461 municípios, o que corresponde a 92% do total de cidades gaúchas (497). Mais de 617 mil pessoas estão fora de casa, dentre as quais 77.202 estão em abrigos.