Governo do Rio quer cooperação com EUA contra tráfico de drogas e armas
Acordo na área de segurança é negociado por meio do consulado americano; Comando Vermelho é um dos alvos das conversas

A Secretaria estadual de Segurança do Rio e o Consulado Geral dos EUA no Rio travam conversas para estabelecer uma cooperação contra o tráfico internacional de drogas e armas. A negociação do acordo bilateral, ainda incipiente, tem como objetivo criar um canal para a troca de informações. Uma das preocupações dos dois lados é a expansão do Comando Vermelho, que estaria se transformando numa facção transnacional, com características de máfia. No Brasil, a organização criminosa já está presente em 24 estados, segundo o secretário estadual de Segurança, Victor Santos.
O Comitê de Investigação Financeira (Cifra) da Polícia Civil detectou que, em 12 anos (entre 2012 e 2024), a facção movimentou no Brasil 31 bilhões de reais. A parceria com os EUA vem sendo discutida por meio do Serviço de Segurança Diplomática (DSS). “Estamos conversando com um setor do consulado, porque os Estados Unidos têm interesse nessa troca de informações pela preocupação de a droga não chegar lá. E a gente não quer que armas cheguem aqui. Grande parte das armas apreendidas no Rio tem origem americana”, afirma Santos.
No ano passado, a polícia do Rio apreendeu 732 fuzis das mãos de criminosos. Neste ano, o total já passa de 100. E uma parcela dessas armas atravessa as fronteiras do Brasil em pedaços. A montagem é feita no Rio por especialistas dentro das facções. “Queremos um acordo bilateral para a troca de informações. Essa cooperação vai ajudar também em investigações em conjunto e em capacitação”, diz o secretário. “O contrabando de armas e a lavagem de dinheiro do crime são o ponto número um dessas conversas”, completa ele.