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Governo cria centros de memória de vítimas das polícias em São Paulo e no Rio

Oposição vê ação política em projeto do Ministério dos Direitos Humanos

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 set 2024, 10h09

O Ministério dos Direitos Humanos (MDH) vai selecionar duas organizações da sociedade civil para criar em duas unidades da federação um Centro de Memória das Vítimas de Violência do Estado. As instituições serão instaladas no Rio de Janeiro em em Santos (SP).

Para criar e gerir os dois centros, o ministério vai repassar mais de 4,5 milhões de reais a duas associações privadas. O projeto nasceu na gestão do ministro Silvio Almeida, que foi demitido neste mês após envolvimento em casos de importunação e assédio sexual. A nova ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, decidiu encampar a ideia do antecessor.

O governo justifica a criação dos centros como uma forma de chamar a atenção para a alta letalidade das polícias brasileiras, especialmente em relação a determinados grupos da sociedade.

Para os parlamentares de oposição, a iniciativa tem o objetivo de desgastar dois adversários políticos: Cláudio Castro (PL), o governador do Rio, e  Tarcísio de Freitas (Republicanos), o de São Paulo. “Essa é mais uma das tantas politicagens do governo Lula. Todos nós sabemos que os maiores índices de violência são as capitais do Nordeste, Salvador e Fortaleza, governadas pela esquerda”, diz o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

“Se o governo federal fosse sério, faria isso em todos os estados”, acrescentou. Segundo o anuário produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a Bahia lidera o ranking de mortes por intervenção policial em números absolutos.

A escolha de Santos como sede está ligada a uma operação policial realizada no início do ano que resultou na morte de 47 pessoas acusadas de envolvimento com o crime organizado. A ideia é “promover a memória, a história e a cultura a partir de ações que atendam demandas das mães e familiares das vítimas de violência de estado contemporâneas”, justifica o MDH. Os centros deverão ainda realizar ações de acolhimento, cuidado psicossocial de familiares vítimas de violência do estado e a manutenção de equipes de apoio.

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