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General Braga Netto é mantido preso após audiência de custódia

O candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022 foi um dos 40 indiciados pela PF no inquérito que apura uma tentativa de golpe após as eleições

Por Da Redação Atualizado em 14 dez 2024, 20h33 - Publicado em 14 dez 2024, 16h49

O general Walter Braga Netto teve sua prisão mantida após audiência de custódia realizada neste sábado, 14. A decisão foi do juiz Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, auxiliar no gabinete do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), que optou por manter a prisão preventiva após o militar ser ouvido por videoconferência. O candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022 foi um dos 40 indiciados pela PF no inquérito que apura uma tentativa de golpe após as eleições.

Na decisão, consta que: “A Polícia Federal aponta que a investigação está relacionada com a constituição de uma organização criminosa, cujos integrantes, mediante divisão de tarefas, atuaram ‘com o fim de obtenção de vantagem consistente em tentar manter o então Presidente da República Jair Bolsonaro no poder no final do ano de 2022, a partir da consumação de um Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito, restringindo o exercício do Poder Judiciário e impedindo a  posse do então presidente da república eleito'”.

“O General da reserva Walter Braga Netto concorreu nas eleições presidenciais como vice-presidente na chapa do então Presidente Jair Bolsonaro e os elementos probatórios obtidos ao longo da investigação evidenciam a sua participação  concreta nos atos relacionados a tentativa de Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito, inclusive na tentativa de embaraçamento e obstrução do presente procedimento”, diz outro trecho do documento.

PGR deu aval à prisão

No parecer de 11 páginas da Procuradoria-Geral da República sobre o pedido de prisão de Walter Braga Netto, o procurador-geral, Paulo Gonet, afirma que a custódia preventiva do general da reserva era necessária para evitar interferências na investigação que apura a elaboração de um plano de golpe de Estado em 2022. “Há provas suficientes de autoria e materialidade dos crimes graves cometidos pelos requeridos e a medida cautelar de prisão está fundamentada em elementos que demonstram risco concreto à ordem pública e à aplicação da lei penal, que indicam que as medidas cautelares diversas da prisão não se revelam suficientes”, escreveu Gonet.

“Nesse contexto, a prisão preventiva requerida afigura-se como medida capaz de garantir a ordem pública, a aplicação da lei penal e a conveniência da instrução criminal, evitando-se a continuidade do esquema criminoso deflagrado e das interferências nas investigações, que seguem em curso”, seguiu.

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“A representação trouxe significativos elementos sobre as condutas ilícitas dos requeridos e evidenciou a gravidade dos fatos praticados, cujos desdobramentos revelaram, até o momento, a existência de organização criminosa responsável por desmedidos ataques: a autoridades, ao sistema eleitoral e a instituições públicas, por meio de obtenção clandestina de dados sensíveis, indevido monitoramento, propagação de notícias falsas (fake news) e mediante o uso desenfreado da estrutura do Estado, inclusive para atentar contra a vida de autoridades integrantes dos Poderes Executivo e Judiciário. Há, portanto, provas suficientes de autoria e materialidade dos crimes graves cometidos pelos requeridos”, diz o parecer da PGR.

Braga Netto foi preso neste sábado no Rio de Janeiro. Ele foi levado para o Comando Militar do Leste.

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