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Força tarefa tenta prender 65 PMs envolvidos com o tráfico no Rio

Operação Purificação envolve agentes da Secretaria de Segurança, promotores de Justiça, Polícia Militar e Polícia Federal

Por Da Redação
4 dez 2012, 09h23

Uma ação planejada pela Secretaria de Segurança do Rio e o Ministério Público tenta prender 65 policiais militares envolvidos com a maior quadrilha de tráfico de drogas do estado, o Comando Vermelho. Até as 11h desta terça-feira, 61 dos mandados de prisão haviam sido cumpridos. Entre os acusados estão PMs de nove batalhões, a maioria deles do 15º BPM (Duque de Caxias). Além dos 65 PMs, 18 traficantes que atuam no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, também estão sendo procurados.

A ação foi batizada de “Operação Purificação”, para a qual foi montada uma força tarefa que envolve a Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Secretaria de Segurança (Seseg), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro, a Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar e a Polícia Federal.

Os presos estão sendo levados para o Quartel Geral da Polícia Militar, no Centro do Rio. Além das prisões, a força tarefa cumpre 112 mandados de busca e apreensão, para arrecadar provas, armas e documentos em poder dos acusados. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias.

As investigações que resultaram nos mandados de prisão cumpridos esta manhã começaram há um ano. Apesar de entre os acusados estarem também policiais de outras áreas, os crimes que resultaram na ação foram cometidos na área do 15º BPM, em Duque de Caxias. De acordo com um comunicado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, os investigados recebiam propina de bandidos para fazer vista grossa para o tráfico em 13 favelas daquela cidade – todas dominadas pelo Comando Vermelho.

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Promotores do Gaeco – grupo dedicado a investigar organizações criminosas, geralmente com participação de policiais – denunciaram os acusados pelos crimes de formação de quadrilha armada, tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção ativa, corrupção passiva e extorsão mediante sequestro.

O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, e o comandante-geral da PM, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, falam sobre a Operação Purificação, que tenta prender 65 policiais envolvidos com o tráfico de drogas
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, e o comandante-geral da PM, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, falam sobre a Operação Purificação, que tenta prender 65 policiais envolvidos com o tráfico de drogas (VEJA)

Sequestros – Além de receber propina de bandidos, os policiais são acusados de praticar sequestros contra criminosos e seus familiares. Havia também, segundo o MP, policiais que apreendiam veículos de propriedade dos traficantes e exigiam resgate para devolver os bens.

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Os crimes se concentravam principalmente na favela Vai Quem Quer. Outras favelas que são alvo da ação são a Beira-Mar, reduto do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar; Santuário, Santa Clara; Centenário; Parada Angélica; Jardim Gramacho; Jardim Primavera; Corte Oito; Vila Real; Vila Operário; Parque das Missões e Complexo da Mangueirinha.

A organização dos policiais era complexa. Havia, segundo os promotores, 11 núcleos de policiais criminosos que atuavam de forma independente. Um dos grupos era comandado pelo traficante Carlos Braz Vitor da Silva, que atende pelos apelidos de “Paizão” e “Fiote”. Segundo o MP, ele é chefe do Comando Vermelho nas favelas de Duque de Caxias e, de dentro da Penitenciária Vicente Piragibe, no Complexo de Bangu, mantinha contatos frequentes seus comandados na quadrilha. Paizão decidiria detalhes da operação, inclusive valores a serem pagos com “arrego” aos policiais.

A denúncia oferecida pelo Gaeco relata que um dos homens de confiança de Paizão é Willian da Silva, conhecido como “Pit” ou “Cabeça”. Era Pit o elemento de conexão dos traficantes com os policiais militares que recebiam a propina. Pit agia como um tesoureiro, pagando propinas e negociando resgates dos sequestrados, liberação de carros recolhidos pelos policiais e as trocas de favores.

Na investigação, ficou clara a conexão da quadrilha de Fiote com traficantes da capital do estado, das favelas do Complexo do Lins, Parque União e Favela Nova Holanda, na zona norte, que também são alvo da operação. A quadrilha também atuava fora do estado do Rio, comprando drogas de traficantes do Mato Grosso do Sul.

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