Flávio Dino cria força-tarefa para desvendar caso Marielle
Ministro da Justiça defende a federalização das investigações

O ministro da Justiça, Flavio Dino, anunciou nesta quinta-feira, 16, uma intensificação na parceria entre a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) para desvendar o assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido em 2018. Dino se reuniu com o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano Mattos, na última quarta-feira, 15, e decidiu que a PF irá atuar junto ao MPRJ na força-tarefa criada para investigar o caso.
“Não abandonamos a tese da federalização. Estamos a suspendendo nesse momento para esse trabalho de cooperação”, disse. Há cinco anos sem resposta, a morte de Marielle Franco (PSOL) se tornou una das prioridades do governo federal, que estuda passar a responsabilidade ao governo e ao MPF. Para que a fedealizacao ocorra, no entanto, será necessário reverter uma decisão de 2020 do Superior Tribunal de Justiça, que reconheceu a competência das autoridades estaduais na investigação.
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A mudança também esta condicionada à existências de um fato novo. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, que era contra a medida, passou a defendê-la.
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No Rio, a decisão de renúncia coletiva de todos os membros do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado em janeiro deste ano enevoou ainda mais a situação. Os procuradores, que investigavam o caso Marielle e outros de grande complexidade no estado fluminense, abriram mão de seus cargos após a escolha do governador Cláudio Castro de reconduzir Luciano Mattos ao cargo de Procurador-Geral do Estado, mesmo que as votações para lista tríplice tenham colocado Leila Machado em primeiro lugar.
Antes do motim dos promotores, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) era contra a federalização do caso.