Relâmpago: Revista em casa por 8,98/semana

Êxodo de Cuba para o Brasil cresce e encontra em uma capital o destino favorito

Movimento é alavancado por crises política, econômica e social - e já ultrapassa a migração de venezuelanos

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 jun 2025, 09h55 - Publicado em 28 jun 2025, 08h00

Em meados de 2024, Isabel de La Caridad Navarro Hector, hoje com 44 anos, deixou o trabalho de especialista em RH em um hospital de Cuba, a mãe e um irmão e rumou para o Brasil em busca de uma vida melhor do que a que levava no país combalido por décadas de ditadura. Com dois filhos, um de 16 e outro de 24 anos, chegou a Curitiba, onde se estabeleceu, fez amigos e conseguiu emprego com carteira como ajudante de padaria em uma rede de supermercados. “Decidi vir por causa da situação política e social que nosso país está enfrentando. Já tinha ouvido falar muito bem de Curitiba, que é boa para morar, trabalhar e tem uma população muito acolhedora”, conta a imigrante, que tem como colegas de trabalho outras compatriotas com histórias semelhantes.

Isabel é um rosto entre tantos que vêm trocando a ilha caribenha pelo Brasil nos últimos anos. Em 2021, foram apenas 524 pedidos de refúgio, mas no ano passado esse número chegou a 22 288. Entre janeiro e abril deste ano, já são 12 638, marca que fez a onda cubana superar pela primeira vez a venezuelana. A maioria chegou pelas entradas ao norte, em Boa Vista, Pacaraima (RR) e Oiapoque (AP), mas o destino predileto foi a mesma Curitiba de Isabel: a capital do Paraná recebeu 738 refugiados cubanos este ano, mais que o dobro de São Paulo, o segundo lugar, com 325.

arte Cuba

A escolha de Curitiba tem relação com a perspectiva econômica e as facilidades oferecidas por projetos locais. Imigrantes que chegam à rodoviária são entrevistados por programas da prefeitura e de empresas e recebem propostas de emprego. Além disso, a capital dispõe de uma ampla rede pública de saúde e educação. “Somos uma cidade que oferece uma boa qualidade de vida e com o custo menos elevado que o de outras capitais”, diz Amália Tortato, secretária de Desenvolvimento Humano de Curitiba.

Um dos motivos que provocaram a onda foi o aumento das restrições em outros países, em especial nos Estados Unidos de Donald Trump. Mas, inegavelmente, é a piora da vida na ilha caribenha que faz muita gente fazer as malas. Para muitos, a inflação galopante, a escassez de itens básicos e a falta de liberdade política chegaram a níveis insuportáveis. Abrigando quase 1 800 conterrâneos de Fidel como refugiados, Curitiba ensaia se tornar a nova “Cuba livre”.

Publicado em VEJA de 27 de junho de 2025, edição nº 2950

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.