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Exclusivo: Ronnie Lessa, réu pela morte de Marielle, fala da arma do crime

Em entrevista a VEJA, PM diz que buscas no Google, dias antes da execução, eram por peças de uma réplica de colecionador; MP está convicto de sua condenação

Por Sofia Cerqueira, Marina Lang Atualizado em 8 mar 2022, 11h51 - Publicado em 7 mar 2022, 13h54

Acusado de executar Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, o PM reformado Ronnie Lessa tem uma explicação mirabolante para justificar uma das principais provas que constam contra ele na denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro. Ao ser questionado sobre o fato de ter buscado na internet, dias antes do crime, por um silenciador para uma submetralhadora HK MP5, a mesma que, segundo a polícia, foi usada no crime, ele alega que se tratava de uma pesquisa de peças para uma réplica da arma, só que calibre 22. “Vou explicar onde entra essa suposta metralhadora. Eles (autoridades) tiveram acesso às minhas redes e viram que sou colecionador. Eu buscava para ela uma coronha, um grip, um suporte de luneta e uma outra pecinha”, justifica. Durante a entrevista exclusiva concedida a VEJA, com autorização do Supremo Tribunal Federal, Lessa, no entanto, não explicou o destino de tal réplica.

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Como era de se esperar, o sargento reformado também alegou inocência no caso do descarte no mar do armamento usado na emboscada que matou Marielle e seu motorista, crime que completa 4 anos no dia 14 de março. “Essa história da submetralhadora é uma coisa impressionante. Eles (os policiais) nunca teriam como afirmar que essa arma era minha. Não existe prova se você não pega a arma, não existe”, enfatiza Lessa, sem dar qualquer explicação plausível sobre a acusação de ter se livrado da principal prova do duplo homicídio. O PM reformado, que desde dezembro de 2020 está no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, ignora em seu discurso, porém, o fato de já ter sido condenado em julho de 2021 por destruição de provas. O sargento reformado, sua mulher, Elaine Lessa, e dois amigos do policial também foram condenados neste crime. Segundo o MP, eles elaboraram e executaram um plano para se livrar do arsenal que Lessa tinha em casa, incluindo a arma que teria sido usada no caso Marielle.

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Na entrevista de uma hora, tempo estipulado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o PM reformado insiste que depois da sua prisão todas as suas armas desapareceram. Ele conta que era colecionador e que o armamento era registrado no Ministério do Exército. Segundo o PM aposentado, seriam estas armas: duas pistolas calibres 45, além de três réplicas, uma de um fuzil AK 47, outra de uma AR-15 e a última uma submetralhadora igual à do crime. “Para mim estava tudo apreendido. Só descobri que ninguém sabia para onde tinham ido as minhas armas durante uma visita do meu advogado ou da minha mulher, já na prisão”, argumenta.

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Para o Ministério Público Fluminense, a investigação resultou em provas contundentes sobre a autoria do duplo homicídio por Lessa. O promotor Bruno Gangoni, coordenador do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), se disse convicto de uma possível condenação. O PM reformado irá a júri popular, ainda sem data marcada.

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