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Estar armado dobra a chance de ser agredido em assalto

Pesquisa inédita com 78 000 pessoas mostra que portar arma durante um roubo aumenta a chance de a vítima ser agredida em 88%

Por Kalleo Coura 6 set 2015, 19h15

Uma pesquisa inédita no país, conduzida pelo sociólogo e especialista em segurança pública Claudio Beato, coordenador do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais, prova com dados pela primeira vez o que especialistas em Segurança Pública inferiam: o porte de arma para defesa própria cria uma falsa sensação de segurança, mas traz mais riscos do que benefícios ao cidadão.

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Embora quatro em cada dez pessoas afirmem que possuem arma de fogo para se prevenir ou se proteger de criminosos, as chances de um cidadão ser vítima de uma agressão – um tiro, uma coronhada ou mesmo socos e chutes – aumenta em 87% se ele estiver armado quando for assaltado. Mesmo policiais armados tiveram 89% mais chance de serem agredidos do que alguém desarmado.

“É ilusório acreditar que a arma pode proteger a vítima de um roubo – mesmo que a pessoa seja muito bem treinada. Quando ela percebe a ação do criminoso, já está com a arma apontada para o rosto. Existe ainda o risco de latrocínio, que não foi possível aferir nessa pesquisa”, afirma Beato.

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Os índices foram calculados com base em 78 000 questionários respondidos por brasileiros de várias cidades em todas as regiões do país. Foram comparadas as respostas daqueles que haviam sido assaltados e não possuíam armas e as daqueles que haviam sido assaltados e possuíam armas.

Além de inédito, o dado joga luz no debate sobre um projeto de lei que pretende revogar o estatuto do desarmamento, sob o argumento de que o cidadão teria o direito de se armar para se defender.

O relatório sobre o PL 3.722/2012 será apresentado na quinta-feira, dia 10 de setembro, e a expectativa é que ele seja votado numa comissão especial até o fim do mês. “Não acredito neste dado. Quem considerar que é mais arriscado portar um armamento, que não tenha arma, mas quem quiser defender a sua vida e estiver preparado para isso tem que ter o direito de fazê-lo”, afirma o deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC), autor do projeto.

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Outro estudo publicado em maio deste ano, o Mapa da Violência 2015 – Mortes Matadas por Armas de Fogo, mostrou que, na ocasião, a restrição do porte de armas foi responsável por anular uma tendência de crescimento anual dos homicídios de 7,2%, além de reduzir o número de assassinatos nos primeiros anos de implantação.

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