Estado corta café, e presos ameaçam motim em penitenciária de MG
Fornecimento foi reduzido de 200 ml para 100 ml por dia, o equivalente a duas xícaras; juiz negocia e promete buscar apoio privado para manter a cota diária

Um protesto tumultuou o presídio regional de Araxá (MG) nesta segunda-feira depois que os 370 detentos iniciaram um motim por causa do corte pela metade no fornecimento de café. Cada preso tinha direito a 200 mililitros (ml) ao dia, mas a administração da unidade reduziu a quantia para 100 ml – um copo americano tem 190 ml.
O Grupo de Intervenção Rápida (GIR), formado por agentes penitenciários, foi acionado e ficou de prontidão para uma eventual intervenção, mas o movimento terminou com a presença do juiz Renato Zouain Zupo, que negociou o fim do ato. Ele prometeu buscar na iniciativa privada doações para completar o fornecimento – o equivalente a 40 quilos de café por semana.
A medida adotada no presídio já foi implantada em outras unidades prisionais do estado e teriam, segundo o governo, a finalidade de melhorar a qualidade da alimentação dos detentos. Segundo especialistas, o consumo ideal é de até 150 ml de café por dia (três xícaras). Em excesso, pode irritar o estômago, aumentar a frequência cardíaca e prejudicar o sono.
Segundo o governo, o sistema prisional de Minas Gerais oferece quatro refeições diárias aos detentos. Além do café da manhã, eles têm almoço, café da tarde com suco e jantar, sendo que o custo do estado por preso fica perto de R$ 3.500 por mês.
(Com Estadão Conteúdo)