Em audiência pública, MJSP discute concorrência no mercado pet
Possibilidade de fusão entre as maiores empresas do setor têm preocupado organizações

Em agosto deste ano, a Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados promoveu, a pedido da parlamentar Gisela Simona (União-MT), uma audiência pública para tratar dos possíveis impactos gerados a partir da fusão entre as empresas Petz e Cobasi – as maiores do setor. A união das companhias acendeu um alerta para um possível monopólio na área. No próximo dia 17, o embate ganhará um novo capítulo: o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), convocou nova audiência para discutir com a sociedade aspectos concorrenciais relacionados aos mercados de Pet.
O tema tem preocupado instituições, que alertam para possíveis riscos de concentração de mercado e aumento nos preços de produtos e serviços para animais, caso a fusão se concretize. Presente na primeira audiência, o Instituto Caramelo, organização brasileira sem fins lucrativos que atua no resgate de animais, recuperação e adoção, representado pela responsável técnica Marília Lima, alertou sobre as possíveis consequências.
As solicitações para acompanhar in loco, contribuições e pedidos de participação oral deverão ser encaminhadas até o dia 10 de outubro de 2025 para os e-mails audienciapublica@cade.gov.br e gab06@cade.gov.br e deverão seguir os termos constantes no Edital nº 721, de 30 de setembro de 2025, Processo SEI CADE 08700.009264/2024-29.
Em nota, a Petz afirmou que não há risco de fechamentos de negócios, piora da qualidade dos serviços ou elevação de preços. Confira na íntegra:
“Apesar do ineditismo da audiência pública em análise de concentrações pelo Cade, Petz e Cobasi recebem com tranquilidade o cuidado do orgão em ouvir a sociedade sobre o tema. As empresas vão demonstrar que a fusão não prejudicará a concorrência no setor, conforme conclusão da análise isenta e técnica da Superintendência Geral do CADE, que aprovou a operação sem restrições. Os dados comprovam que não há risco de fechamento de negócios, piora da qualidade dos serviços ou elevação de preços.
As duas companhias juntas possuem menos de 10% do mercado pet, que é altamente pulverizado com forte presença de pequenos petshops de bairro e de redes de médio e grande porte, ampla participação de supermercados e crescente concorrência digital de market places. Além disso, 9 em cada 10 fornecedores das duas empresas consultados pelo CADE não têm qualquer restrição para a concretização da operação e os que questionaram fizeram críticas pontuais. Quanto à preocupação sobre o abandono de animais, Cobasi e Petz mantém programas de estímulo à adoção responsável que já resultaram na adoção de 290 mil cães e gatos, doação de recursos, refeições e produtos. A fusão das empresas vai potencializar as iniciativas em prol dos pets abandonados”.