Doria é hostilizado por moradores de rua ao entregar cobertores
Prefeito respondeu também à acusação de que equipes da prefeitura molharam algumas pessoas no centro da cidade: 'Não houve jato d’ água em ninguém', disse
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), foi expulso por moradores de rua quando tentava, na noite desta quarta-feira, distribuir cobertores à população sem teto da região. A principal queixa dos manifestantes, que chegaram a chamar o prefeito de assassino, refere-se à morte, supostamente por frio, de um morador de rua nesta semana.
A assessoria de imprensa da Prefeitura falou que não vai comentar o episódio da expulsão do prefeito. Segundo o órgão, “as equipes da Defesa Civil, Assistência Social e Guarda Civil Metropolitana distribuíram mais de 1.000 cobertores pela cidade”. A meta é entregar oito mil até o final da semana.
Após acusação de jogar jatos de água em moradores de rua na tarde de quarta, a mais fria do ano, o prefeito foi criticado pela ação de funcionários terceirizados que faziam a limpeza de vias públicas na região da Sé, onde grupos de pessoas dormiam.
A notícia foi veiculada pela rádio CBN. A Assessoria de Imprensa da Prefeitura de São Paulo informou que isso não ocorreu, que o procedimento por parte dos funcionários é “sempre o mesmo” e que “as pessoas são abordadas, informadas sobre a ação e é solicitada a retirada dos pertences do local que será limpo”.
A limpeza do local ocorreu no mesmo dia em que um morador de rua não identificado foi encontrado morto em Pinheiros, em um cruzamento entre a Rua Teodoro Sampaio e Avenida Doutor Arnaldo, na Zona Oeste. A causa da morte não foi informada à imprensa, mas especula-se que tenha sido hipotermia (frio).
Na tarde de ontem, Doria comentou o assunto dizendo que o vice-prefeito Bruno Covas reforçou as recomendações às prefeituras regionais “para que redobrem o cuidado para não prejudicar nenhum tipo de equipamento, sobretudo cobertores das pessoas em situação de rua” e reiterou que “não houve jato d’ água em ninguém” e se situação tivesse ocorrido “alguém teria feito essa imagem e ela não foi feita porque isso não existiu”.
Para Doria, houve uma interpretação errônea dos fatos e “a notícia se multiplicou como se jatos de águas geladas fossem disparados propositalmente nas pessoas em situação de rua”, o que “não tem o menor cabimento”.