Disputa de milícias faz crescer número de homicídios dolosos no Rio
Foram registrados 500 assassinatos em 2023 somente na Zona Oeste
Divulgado nesta quinta-feira, 28, o relatório “Crime no Rio”, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), analisa os principais indicadores criminais para compreender o cenário de violência no estado. Um dos crimes com crescimento expressivo em 2023 foi o homicídio doloso, quando há intenção de matar, movido por um racha na milícia local, segundo o levantamento. No último ano, foram 500 mortes, 7,3% a mais do que em 2022. O aumento coincide com a intensificação das disputas territoriais na capital, sobretudo na Zona Oeste, resultado da fragmentação do grupo miliciano Liga da Justiça, depois do assassinato do líder Ecko, em 2021.
Considerando somente as áreas de segurança pública (AISPs) da Zona Oeste, foram identificados 500 homicídios dolosos, 192 a mais do que no ano anterior. Em outubro, a região viveu momentos de desespero e terror com a queima de ônibus após a morte de Faustão, braço direito do miliciano Zinho (irmão de Ecko) em uma operação policial. Hoje, as principais milícias da cidade se dividem em duas turmas: um grupo clássico, com influência de bicheiros e políticos, em Rio das Pedras; e outro horizontal e descentralizado, com origens em Santa Cruz e Campo Grande.