
Coube a Virginia Giuffre romper o pacto de silêncio que protegia uma rede de tráfico sexual comandada pelo megainvestidor Jeffrey Epstein. Ela era uma das adolescentes oferecidas como mimo para alguns dos principais bilionários de Wall Street em festas frequentadas até pelo príncipe Andrew. “Era passada como uma bandeja de frutas”, relatou em 2015, mais de uma década após sofrer abusos. Virginia acusou o irmão mais novo do rei Charles III de tê-la agredido sexualmente em três ocasiões. Andrew sempre negou, mas o escândalo sacudiu os alicerces de Buckingham, e ele perdeu o título de realeza. A contenda acabou resolvida em um acordo extrajudicial, com cláusula de confidencialidade. Aos 17 anos, Virginia havia sido recrutada sob o pretexto de virar massagista profissional pela companheira de Epstein, a socialite Ghislaine Maxwell, época em que trabalhava no resort de Donald Trump, em Mar-a-Lago. Após ser condenado, o financista se suicidou na cadeia. Ghislaine segue presa. Movida pelo trauma, a jovem que revelou os podres da alta-roda abriu uma fundação dedicada a apoiar outras vítimas. Recentemente, relatou nas redes ter sofrido um grave acidente de carro que a deixou com insuficiência renal e desabafou: “Estou pronta para partir”. No sábado 26, a família divulgou uma nota informando que Virginia tirou a própria vida aos 41 anos, na Austrália.
Veloz e habilidoso

Era um ponta de verdade, como quase já não se vê no futebol moderno. Habilidoso e veloz, Jair da Costa iniciou carreira na Portuguesa, onde suas jogadas desconcertantes chamaram a atenção do técnico Aymoré Moreira. Selecionado para a Copa de 1962, sagrou-se campeão como reserva de Garrincha. Mas foi na Internazionale de Milão, para onde se transferiu depois do mundial, que fez história. Pelo clube, conquistou quatro campeonatos italianos, duas Ligas dos Campeões e dois Mundiais Interclubes. Após uma passagem pela Roma, voltou para o Brasil, defendendo o Santos e foi campeão paulista, em 1973. Encerrou a carreira no Windsor City, do Canadá, em 1976. Morreu no sábado 26, aos 84 anos, em Osasco, São Paulo.
O mago da música

Prolífico, o compositor e produtor musical Mauro Motta escreveu mais de 1 000 composições ao longo de sua carreira, sendo responsável por levar diversos artistas às paradas de sucesso. Para Raul Seixas, nos anos 1970, escreveu Sheila e Doce, Doce Amor. Entre 1984 e 1996, produziu alguns dos lendários álbuns de Roberto Carlos, que incluem hits como Nosso Amor e Eu e Ela. Também colaborou com Agnaldo Timóteo, Amelinha, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Wanderléa, Balão Mágico e a dupla Robson Jorge e Lincoln Olivetti. Seu trabalho foi laureado com dois prêmios Grammy Latino, em 2005 e 2006. Morreu no sábado 26, aos 77 anos, em Guapimirim, no Rio de Janeiro, onde foi secretário municipal de Cultura. A causa não foi revelada.
Publicado em VEJA de 2 de maio de 2025, edição nº 2942