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Prorrogamos a Black: VEJA com preço absurdo

Datas: Tom Stoppard e Ludwig Minelli

As despedidas que marcaram a semana

Por Redação Atualizado em 5 dez 2025, 11h18 - Publicado em 5 dez 2025, 06h00

O exercício de definir a si mesmo é sempre um gesto de simultâneas arrogância e humildade. O dramaturgo britânico Tom Stoppard sempre gostou de citar uma frase da peça O Filantropo, escrita por Christopher Hampton, para se ver no espelho: “Sou um homem sem convicções, ou pelo menos acho que sou”. Autor de diálogos secos e fortes, sem que sobrasse uma única palavra, dominava o inglês com a elegância de quem o aprendeu só a partir dos 8 anos de idade, por ter nascido na República Tcheca, em família que, ao fugir da guerra, antes zanzou pela Ásia. Nesse aspecto, no zelo pelo idioma adotado, houve quem o comparasse ao russo Vladimir Nabokov, radicado nos Estados Unidos.

Estreou em 1966 numa versão de Hamlet elogiada, Rosencrantz e Guildenstern Estão Mortos. Como roteirista de cinema, ganharia o Oscar com Shakespeare Apaixonado, de 1998, que imprimiu a Romeu e Julieta um tom cômico e intelectualizado que incomodou os conservadores, mas empolgou os amantes do cinema de Hollywood, ao subverter história tão conhecida. Cutucar o consagrado, aliás, era o que fazia como ninguém. Refez o dito atribuído a Voltaire — “discordo do que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo” — de modo genial, retocando a frase: “Concordo com tudo o que você diz, mas atacarei até a morte seu direito de dizê-lo”. Stoppard morreu em 29 de novembro, aos 88 anos.

Coisas da vida

DIGNIDADE - Ludwig Minelli, criador da Dignitas: o poeta Antonio Cicero (1945-2024) decidiu pela morte assistida com apoio do grupo suíço
DIGNIDADE - Ludwig Minelli, criador da Dignitas: o poeta Antonio Cicero (1945-2024) decidiu pela morte assistida com apoio do grupo suíço (Chris Ison/PA Images/Getty Images)

Foi bonito e elegante. Em outubro do ano passado, o Brasil se comoveu com o gesto do poeta, filósofo e letrista de canções Antonio Cicero, que deixou uma carta póstuma, um poço de consciência, ao anunciar que se submetera a suicídio assistido na Suíça: “Não consigo me concentrar nem mesmo para ler, que era a coisa de que eu mais gostava no mundo. Apesar de tudo isso, ainda estou lúcido o bastante para reconhecer minha terrível situação. (…) Espero ter vivido com dignidade e morrer com dignidade”. A entidade que o auxiliou na decisão final foi a Dignitas, criada em 1998 pelo jornalista suíço Ludwig Minelli, que depois se interessaria pelos direitos humanos. A Dignitas, além de ajudar dezenas de milhares de pessoas no desfecho da existência, influenciou os parlamentos de governos europeus a mudar a legislação, autorizando que cidadãos ainda sãos decidissem o momento de partir. Há, é natural, críticas à ideia — e houve quem, com o crescimento da instituição humanitária, acusasse Minelli de falta de transparência nas contas de seu trabalho. Ele morreu em 29 de novembro, aos 92 anos — por suicídio assistido.

Publicado em VEJA de 5 de dezembro de 2025, edição nº 2973

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