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Datas: Peter Magubane, Gil de Ferran e Muhammad Yunus

O fotógrafo, o piloto e o economista

Por Redação Atualizado em 4 jun 2024, 09h42 - Publicado em 5 jan 2024, 06h00

As inaceitáveis atrocidades do apartheid da África do Sul, regime segregacionista que vigorou de 1948 a 1994, talvez vivessem em conveniente sombra não fossem as fotografias de Peter Magubane. Suas imagens ajudaram a iluminar a crueldade e a violência do racismo. Resultaram em reconhecimento internacional e punição doméstica. Magubane foi preso durante mais de um ano. “Usava minhas câmeras como arma, embora não quisesse matar ninguém”, disse em 2015. “Queria matar o apartheid.” Seu registro mais conhecido, símbolo de um tempo, mostra uma empregada negra acariciando a nuca de uma menina branca. No banco em que estão sentadas lê-se o aviso: “Apenas europeus”.

Logo depois da saída de Nelson Mandela da cadeia, em 1990, após 27 anos de encarceramento, Magubane se aproximou do lendário líder e de sua mulher, Winnie. Tornou-se, então, fotógrafo oficial do casal até a eleição de Mandela como presidente. No trecho final da carreira, dizia-se cansado de tanto sangue, de tanta tragédia, da fotografia como política. “Agora quero lidar com o pôr do sol”, afirmou. Morreu em 1º de janeiro, em Joanesburgo, de câncer na próstata, aos 91 anos.

Tranquilidade veloz

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VENCEDOR - Gil de Ferran: duas vezes campeão do circuito da Indy (Ann Miller Carr/AFP)

A calma e o modo sempre reflexivo do piloto brasileiro Gil de Ferran soavam no avesso da atividade que o fez famoso: acelerar e acertar carros. No início dos anos 1990, ele tentou ingressar no circuito da Fórmula 1, mas a falta de patrocínio o impediu de seguir em frente. Em 1992, depois de erguer o troféu da F3 inglesa, fez testes na Williams, mas acabou preterido. A solução de carreira: ir para os Estados Unidos. Ali, sim, fez história. Foi bicampeão da Indy, em 2000 e 2001. Em 2003, venceu as míticas 500 Milhas de Indianápolis. Fora dos bólidos, tornou-se consultor de escuderias como a BAR-Honda e a McLaren. Ele morreu em 29 de dezembro, de enfarte, enquanto descansava em um clube privado de automobilismo em Opa-locka, na Flórida, nos Estados Unidos. Tinha 56 anos.

Nobel sem paz

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ACUSAÇÃO - Yunus, o pai do microcrédito: suposto rolo trabalhista (Joel Saget/AFP)
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Em 2006, o economista e empreendedor social Muhammad Yunus, de Bangladesh, foi laureado com o Prêmio Nobel da Paz em virtude de seu trabalho com o microcrédito, ferramenta eficaz para tirar milhões de pessoas da pobreza. O Grameen Bank, uma de suas criações, virou exemplo para muitos países. Em 2 de janeiro, Yunus e outras três pessoas foram condenados a seis meses de prisão por supostas violações trabalhistas. Eles foram acusados de não recolher o dinheiro devido para o equivalente ao FGTS de pelo menos 100 funcionários. Depois de pagamento de fiança, poderão recorrer da decisão em liberdade. A primeira-ministra Sheikh Hasina acusou Yunus de “sugar o sangue dos pobres”. Seus apoiadores, contudo, afirmam haver interesse político, porque ele já considerou fundar um partido de oposição. “Faço um apelo em favor da democracia”, disse Yunus.

Publicado em VEJA de 5 de janeiro de 2024, edição nº 2874

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