Dia dos Pais: Revista em casa por 7,50/semana

Datas: Mike Hynson, Marianne Faithfull e Marina Colasanti

As despedidas que marcaram a semana

Por Redação Atualizado em 31 jan 2025, 14h24 - Publicado em 31 jan 2025, 06h00

Houve um tempo, antes de o surfe virar esporte olímpico e imenso negócio, antes do sucesso da turma do Brazilian Storm, a tempestade de Gabriel Medina e cia., que equilibrar-se em cima de uma prancha era ato de rebeldia. A construção de um estilo de vida avesso ao cotidiano de terno e gravata, embebido de cigarros não convencionais e natureza, pode ser atribuída, em parte, ao estouro de um documentário lançado em 1966, Endless Summer, ou Alegria de Verão. Nele, os surfistas americanos Mike Hynson e Robert August percorrem a Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Taiti e Havaí em busca da onda perfeita.

Hynson, para além do desempenho esportivo, em misto de ousadia e habilidade, era também um dos mais respeitados especialistas na confecção das peças de fibra de vidro e espuma de poliuretano. Depois da fama alcançada pelo cinema, celebrado nas praias por onde passava como um herói da contracultura, um tanto arrogante e indiferente, ele logo enveredou por um outro tipo de experiência na contramão: associou-se à Brotherhood of Eternal Love, um grupo californiano conhecido por seu envolvimento na cultura psicodélica e o consumo de LSD, com a ideia de promover paz e uma suposta tranquilidade espiritual. Hynson morreu em 10 de janeiro, em Encinitas, na Califórnia, aos 82 anos, mas a notícia só foi divulgada na semana passada.

A musa trágica do rock

VOZ MARCANTE - Marianne: compositora e crooner essencial
VOZ MARCANTE – Marianne: compositora e crooner essencial (David Redfern/Redferns/Getty Images)

Nenhuma artista feminina simbolizou os excessos da Swinging London, a cena musical londrina dos anos 1960, como Marianne Faithfull — e ela pagou um preço alto por isso. Beldade de voz marcante, Faithfull despontou em 1964, embalada pelo hit As Tears Go By, de Mick Jagger e Keith Richards. Além da parceria com os Stones, ela namorou Jagger, mas o sucesso desabou em razão do vício em heroína e de um escândalo sexual com a banda. Faithfull chegou a viver como mendiga, mas sobreviveu para mostrar que era mais que mero affair do roqueiro. A partir dos anos 1970, provou-se uma compositora e crooner essencial, além de atuar em uma série de filmes. Dia 30, de causa não divulgada, em Londres.

“O grandioso no pequeno”

VERSATILIDADE - Marina Colasanti, nascida na Eritreia: coleção de setenta livros para adultos e crianças
VERSATILIDADE - Marina Colasanti, nascida na Eritreia: coleção de setenta livros para adultos e crianças (Daniel Marenco/Folhapress/.)
Continua após a publicidade

Nascida em Asmara, capital da Eritreia, a escritora Marina Colasanti emigrou para o Brasil aos 11 anos, com a família, depois de um tempo na Líbia e Itália. O gosto pelas palavras a fez uma das mais interessantes autoras em português, em setenta livros para adultos e crianças — em volumes que ela mesmo ilustrava com capricho. Dois de seus trabalhos merecem sempre ser relidos: A Moça Tecelã, infantojuvenil em torno de uma mulher que tece sua vida, o que vai comer, o que vai vestir e até o marido com quem se casaria; e Hora de Alimentar Serpentes, coletânea de contos fantásticos. “Eu não sou pessoa do grandioso. Eu encontro o grandioso no pequeno. Sei que a mínima formiga tem tanta vida quanto as constelações”, disse certa vez, com a modéstia dos grandes. Marina morreu em 28 de janeiro, aos 87 anos, no Rio de Janeiro. Lidava havia anos com a doença de Parkinson.

Publicado em VEJA de 31 de janeiro de 2025, edição nº 2929

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

ECONOMIZE ATÉ 41% OFF

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 22,90/mês
Apenas R$ 9,90/mês
OFERTA DIA DOS PAIS

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
A partir de 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.