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Datas: James Harrison, José de Almeida e Affonso Romano de Sant’Anna

As despedidas que marcaram a semana

Por Redação Atualizado em 7 mar 2025, 15h51 - Publicado em 7 mar 2025, 06h00

O australiano James Harrison foi um herói à sombra. Ao longo de mais de sessenta anos, ele foi doador de sangue, em mais de 1 000 extrações que ajudaram a salvar a vida de pelo menos 2 milhões de bebês. Harrison tinha em seu organismo um anticorpo raríssimo, que só ocorre em uma de cada 6 milhões de pessoas, usado para a produção de um tratamento — o anti-D —, prevenção contra a doença hemolítica perinatal. Ela pode causar anemia, aumento do fígado e do baço, além de danos cerebrais, insuficiência cardíaca e morte em recém-nascidos. Em 2018, por recomendação médica e porque seu plasma — o “sangue dourado” — já não tinha o mesmo “vigor” de antes, ele se aposentou da atividade de benemerência. “Foi um dia muito triste para mim”, disse. Morreu em 17 de fevereiro, aos 88 anos, em Nova Gales do Sul, na Austrália, mas a notícia só foi divulgada na semana passada.

Sabor de sertão

RAÍZES - Zé Almeida com o filho, Rodrigo: criador do restaurante paulistano Mocotó
RAÍZES - Zé Almeida com o filho, Rodrigo: criador do restaurante paulistano Mocotó (Laison dos Santos/Divulgação)

Nascido em Mulungu, no sertão de Pernambuco, José de Almeida, “seu Zé de Almeida”, foi o precursor de uma interessante revolução na gastronomia de São Paulo. A Casa do Norte Irmãos Almeida, fundada em 1973, foi a gênese do hoje celebrado — e internacionalmente conhecido — Mocotó, tocado por um de seus filhos, Rodrigo Oliveira, na Zona Norte da cidade. O estabelecimento ganhou fama por oferecer a preços acessíveis iguarias típicas brasileiras, como o dadinho de tapioca e o baião de dois. O negócio conta agora com sucursais em outros bairros, como a da Vila Leopoldina e a do Instituto Moreira Salles. “Sua trajetória é a história de muitos retirantes que, com coragem e determinação, ajudaram a moldar São Paulo. Ao abrir as portas do Mocotó, ele trouxe à cidade suas raízes e diminuiu a distância entre o sertão e a quebrada”, diz o texto de despedida ao fundador na página do restaurante no Instagram. O orgulho do patriarca, contudo, era sua coleção de 1 000 rótulos de cachaças de todas as partes do Brasil, que se perderiam nas sucessivas mudanças de endereço. Almeida morreu em 2 de março, aos 86 anos.

O brasil em prosa e verso

TRADUÇÃO - Affonso Romano de Sant’Anna: olhar para o país na passagem da ditadura para a democracia
TRADUÇÃO - Affonso Romano de Sant’Anna: olhar para o país na passagem da ditadura para a democracia (Paulo Jares/.)

Autor de mais de sessenta livros, o mineiro Affonso Romano de Sant’Anna ganhou destaque como cronista e poeta, de olhar permanente para o cotidiano do Brasil, sobretudo na passagem da ditadura para a democracia. De Os Desaparecidos: “Desaparecia-se. Desaparecia-se muito naqueles dias / desaparecia-se a olhos vistos e não era miopia / desaparecia-se até a primeira vista”. De Implosão da Mentira: “Mentiram-me. Mentiram-me ontem / e hoje mentem novamente. Mentem de corpo e alma, completamente. / E mentem de maneira tão pungente / que acho que mentem sinceramente”. Em janeiro, ficou viúvo, com a morte da também escritora Marina Colasanti. Morreu em 4 de março, aos 87 anos. Tinha Alzheimer.

Publicado em VEJA de 7 de março de 2025, edição nº 2934

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