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Datas: Caçulinha, Daniel Darahem e Antonio Meneses

As despedidas marcantes da semana

Por Da Redação Atualizado em 9 ago 2024, 09h15 - Publicado em 9 ago 2024, 06h00

Caçulinha era mais do que o alívio musical do Domingão do Faustão, programa de auditório do qual participou de 1989 a 2009. O multi-instrumentista, nascido Rubens Antônio da Silva, era um sopro de bom humor e simpatia, traços que imprimia por onde quer que fosse. Natural de Piracicaba, vinha de família de músicos. Ganhou o nome artístico porque seu tio, Rubens da Silva, que fez dupla sertaneja nos anos 1930 e 1940 com seu pai, Mariano da Silva, era chamado Caçula. Ao nascer, em 1938, logo lhe colaram o apelido que o acompanhou pelo resto da vida. Tinha ouvido absoluto e sabia identificar, com rara precisão, a nota associada a qualquer tipo de som. Essa capacidade permitiu que dominasse instrumentos diversos, como violão, piano e acordeom. Começou a tocar aos 8 anos, mas a sua estreia no mundo fonográfico aconteceria só aos 21, quando lançou o primeiro 78 rotações, com as faixas Pelé e Noiva do Sargento. Versátil e eclético, gravou mais de trinta discos e tocou com grandes nomes da música brasileira, de Caetano Veloso a Chico Buarque, passando por Elis Regina (1945-1982), Gal Costa (1945-2022) e Milton Nascimento. Morreu na segunda-feira 5, após dez dias internado para se tratar de um infarto. Tinha 86 anos.

Referência no mercado

PERSISTENTE - Darahem: longa trajetória no banco JP Morgan
PERSISTENTE - Darahem: longa trajetória no banco JP Morgan (./Divulgação)

O executivo Daniel Darahem tinha a cara do JP Morgan Brasil, banco que foi sua casa durante 27 anos. Em 1994, formou-se em administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo, mas iniciou a carreira em 1997, no antigo Banco Patrimônio, que foi adquirido pelo Chase Manhattan no final da década. Tornou-se um dos poucos brasileiros a permanecer na empresa que mudaria de nome e marcaria sua trajetória no mercado financeiro local. Ocupou várias posições na hierarquia e trabalhou em Hong Kong durante cerca de quatro anos, antes de assumir o cargo de CEO, em outubro de 2020. Morreu na sexta-feira 2, aos 51 anos, após um longo tratamento de câncer na garganta. Deixa a mulher e dois filhos.

Virtuoso do violoncelo

DOMÍNIO - Meneses em ação: músico erudito respeitado entre seus pares
DOMÍNIO - Meneses em ação: músico erudito respeitado entre seus pares (Wöstmann/ullstein bild/Getty Images)

O violoncelista Antonio Meneses foi um dos músicos eruditos mais respeitados de sua geração. O brasileiro se apresentou com as orquestras de Berlim, Londres, Viena, Paris, Moscou, Nova York e Tóquio, em parceria com maestros igualmente grandes, como o austríaco Herbert von Karajan e os italianos Claudio Abbado e Riccardo Muti. Para a Deutsche Gram­mo­phon, gravou Duplo Concerto de Brahms, com Anne-Sophie Mütter, e Don Quixote, de Richard Strauss, além das obras completas para violoncelo de Villa-Lobos. Nascido no Recife, em 1957, foi criado no Rio de Janeiro e se mudou para a Europa ainda na juventude. Morreu no sábado 3, na Basileia, na Suíça, aos 66 anos. Havia sido diagnosticado em junho com glioblastoma multiforme, um tipo agressivo de tumor cerebral. Atendendo a um pedido pessoal, não houve funeral.

Publicado em VEJA de 9 de agosto de 2024, edição nº 2905

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