Datas: Ana Clara Benevides, Rosalynn Carter e Roger Kastel
A fã de Taylor Swift, a 'copresidente' dos EUA e um ícone da cultura pop

A estudante de psicologia Ana Clara Benevides, 23 anos, de Pedro Gomes, no Mato Grosso do Sul, passou os últimos meses entre a ansiedade e a euforia, alegre por ter a chance de assistir a um show de Taylor Swift. Horas antes do início do espetáculo, na sexta-feira, 17, no estádio Nilton Santos, no Rio, ela postou uma foto em suas redes sociais sorridente. Vestia uma camiseta branca informando, em coração vermelho: “I Love T.S.”. Na altura da segunda canção da noite, quando a americana entoava Cruel Summer, passou mal. Foi atendida rapidamente, levada ao hospital, mas morreria. “Do nada, ela simplesmente caiu”, contou a amiga Daniela Menin. A temperatura no recinto chegou a 42,5 graus, com sensação térmica de 60 graus. Mesmo com a previsão de calor extremo, a organização do evento, patrocinado pela empresa T4F, vetou a entrada de garrafas de água no estádio, alegando que a proibição é uma exigência de órgãos públicos. A afirmação é inconsistente. O Código de Defesa do Consumidor define que o público pode levar água, desde que estejam de acordo com as restrições de segurança, como em copos plásticos lacrados. Outra agravante foi o uso inadmissível de tapumes nas aberturas de ventilação — que permitiria a circulação de ar —, abafando ainda mais o local. Taylor cancelaria o show de sábado. No de domingo, tocou a vida como se nada tivesse havido e não citou a tragédia. A família de Ana Clara pediu ajuda financeira para poder levar o corpo de volta a seu estado. O braço fluminense do Ministério Público Federal abriu investigação criminal contra a T4F.
A copresidente dos Estados Unidos

Os homens da Casa Branca chamavam-na, jocosamente, de “copresidente”, ridicularmente incomodados. Rosalynn Carter, primeira-dama dos Estados Unidos durante o mandato do democrata Jimmy Carter, entre 1977 e 1981, participava das reuniões do governo e costumava se pronunciar em torno de questões ruidosas. Mais de uma vez foi enviada a países da América Latina para deixar claro aos ditadores de plantão que a gestão de seu marido tratava o respeito aos direitos humanos de modo inegociável. Diz-se que Carter foi o melhor ex-presidente americano — não por acaso, em 2002 ele ganhou o Nobel da Paz. Rosalynn esteve a seu lado o tempo todo, nas relações familiares, mas também no campo das ideias. Os dois foram casados durante 77 anos. Carter tem 99 anos, e desde fevereiro passa por cuidados paliativos. Ela morreu em 19 de novembro, aos 96 anos, em Plains, na Geórgia, onde viviam.
Um ícone da cultura pop

Faça um teste. Peça a alguém para dizer algo a respeito do clássico Tubarão, filme de 1975 dirigido por Steven Spielberg. A lembrança do pôster oficial será, muito provavelmente, a resposta mais comum. Copiado à exaustão, usado como referência em capas de livros e cartazes de outros temas, sempre que é necessário misturar medo e suspense, virou ícone incontornável. Seu autor, o ilustrador americano Roger Kastel fez o desenho para a capa do livro de Peter Benchley que inspiraria o longa. Depois, esquentou as cores do mar, abriu as mandíbulas do peixe e pôs uma mulher nadando na superfície. Nascia um clássico pop. Kastel morreu em 8 de novembro, aos 92 anos.
Publicado em VEJA de 24 de novembro de 2023, edição nº 2869