Datas: a despedida a Greg Cannom e Dorinha Duval, e o câncer de Joe Biden

Antes de os recursos de inteligência artificial mudarem quase tudo nas cenas de cinema, reinventando cenários e expressões, em capacidade polêmica, os maquiadores eram profissionais inescapáveis e respeitadíssimos. Poucos foram tão relevantes e tão bem-sucedidos quanto Greg Cannom, que misturava o conhecimento científico à delicadeza com as mãos. Dito de outro modo: ele fazia mágica. Cannom foi o responsável pela imensa cabeça verde de Jim Carrey em O Máskara, de 1994; pelo envelhecimento reverso de Brad Pitt em O Curioso Caso de Benjamin Button, de 2008; e a transformação de Christian Bale no vice-presidente Dick Cheney, em Vice, de 2018. Ele ganhou cinco estatuetas do Oscar, com Button, Vice e também com Drácula de Bram Stoker, de 1992, e Uma Babá Quase Perfeita, de 1993. A quinta premiação da Academia celebrou uma invenção técnica: um tipo de silicone afeito a manter as feições da pele dos atores, mesmo com os rostos mudados. Ele morreu em 3 de maio, aos 73 anos, de causas não reveladas.

O drama fora da TV

A atriz Dorinha Duval, nome artístico de Dorah Teixeira, estreou na TV Globo em 1969 e integrou o elenco de três das novelas de maior sucesso da teledramaturgia brasileira: Irmãos Coragem (1970), de Janete Clair, Minha Doce Namorada (1970), de Vicente Sesso, e Selva de Pedra (1972), também de Janete Clair. Todas dirigidas pelo diretor Daniel Filho, com quem foi casada de 1961 a 1972. Em 1973, Dorinha esteve na primeira novela colorida da emissora, O Bem-­Amado, de Dias Gomes — ela era Dulcinéia, uma das irmãs Cajazeiras. Em 1977, ela foi convidada pelo diretor Geraldo Casé para um personagem marcante em sua carreira, a Cuca do Sítio do Picapau Amarelo. A atriz abandonou a carreira na década de 1980, após ser condenada a seis anos de prisão pelo assassinato de Paulo Sérgio Alcântara, com quem estava casada havia seis anos. Cumpriu oito meses de prisão em regime semiaberto. Desde 1987, passou a se dedicar às artes plásticas, em especial à escultura. Ela morreu em 21 de maio, aos 96 anos.

“Somos mais fortes nos momentos difíceis”

O ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de 82 anos, tem um câncer de próstata agressivo com metástase nos ossos. O anúncio foi feito no domingo 18. Os cânceres de próstata recebem uma pontuação chamada escore de Gleason, que mede, em uma escala de 2 a 10, a aparência das células cancerígenas em comparação com as normais. De acordo com o gabinete de Biden, o câncer dele é escore 9, o que sugere estar entre os mais agressivos. Nas redes sociais, com uma foto ao lado da mulher, Biden se manifestou com otimismo. “Como muitos de vocês, Jill e eu aprendemos que somos mais fortes nos momentos difíceis. Obrigado por nos fortalecerem com amor e apoio”, postou ele no X.

Publicado em VEJA de 23 de maio de 2025, edição nº 2945

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