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Creche em MG não tinha extintor e nem alvará dos Bombeiros

Coronel dos Bombeiros afirma que, mesmo com aparato anti-incêndio, 'o resultado seria o mesmo, porque a queima foi muito rápida'

Por Da redação
Atualizado em 6 out 2017, 18h19 - Publicado em 6 out 2017, 18h18

Atingida por um incêndio criminoso que deixou, até o momento, sete crianças e uma professora mortas, a creche municipal Gente Inocente, em Janaúba (MG), não tinha extintor, sistema anti-fogo e nem alvará do Corpo de Bombeiros. A prefeitura da cidade no norte mineiro afirma que, agora, vai mapear os equipamentos anti-incêndio de todos os prédios públicos.

Por volta das 9 horas de ontem, o vigilante Damião Soares dos Santos, de 50 anos, entrou na unidade, atirou material inflamável sobre as crianças e no próprio corpo e ateou fogo, que se alastrou rapidamente. Em meio ao tumulto, pessoas tentaram apagar o incêndio com baldes de água e resgatar as vítimas das chamas e da fumaça.

O coronel Primo Lara de Almeida, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, diz que, anteriormente, o imóvel era usado como residência e sempre funcionou sem alvará. “A creche tem 200 metros quadrados e a necessidade do combate a incêndio era de projeto técnico simplificado”, afirma Almeida. “Não havia sinalização de emergência, extintores, nem monitoramento de brigada”, completa.

“Por causa da dinâmica de como as coisas aconteceram, independentemente de ter todo o aparato, o resultado seria o mesmo, porque a queima foi muito rápida”, ressalta o coronel dos Bombeiros.

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Segundo Primo Lara Almeida, a prefeitura de Janaúba solicitou à corporação, após a tragédia, que vistoriasse todos os prédios municipais. A prefeitura confirmou a informação. “Para ele (o prefeito), estava tudo ok, porque já vinha de outras gestões”, conta Almeida. “Infelizmente, no Brasil, só depois que acontece o fato é que vai correr atrás”, lamenta.

Carlos Isaildon Mendes (PSDB), prefeito de Janaúba, diz não ter “nenhuma culpabilidade pelo que aconteceu”. “Tenho a tranquilidade de dizer que não me pesa nenhuma culpabilidade pelo que aconteceu. Isso vem desde 2000 (ano de inauguração da creche)”. “Muito embora haja o pesar de uma tragédia tão grande como essa, naturalmente isso vai servir de lição não só para Janaúba, mas para o Brasil inteiro”, afirma Mendes.

(com Estadão Conteúdo)

 

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