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Covid-19: doze estados e DF têm taxa de mortalidade maior que a nacional

Pior estado é o Amazonas, que têm 296,1 mortos para cada 100 mil habitantes, enquanto a média do país é de 168,7; São Paulo e Rio também têm índices altos

Por Da Redação 14 abr 2021, 19h14

Segundo dados do Ministério da Saúde, atualizados na segunda-feira, 12, doze estados e o Distrito Federal têm uma média de óbitos em decorrência da Covid-19 por 100 mil habitantes acima da média nacional, que é de 168,7. São eles, pela ordem de mortalidade: Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Roraima, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Ceará e Santa Catarina.

O índice do Amazonas, disparado o mais alto do país (296,1 mortos para cada 100 mil moradores), foi impulsionado pelas duas graves crises que levaram ao colapso no sistema de saúde — uma logo no início da pandemia, e outra em janeiro de 2021, quando faltou oxigênio para os pacientes. Segundo o epidemiologista da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), Pedro Hallal, o estado ter sido uma das portas de entrada da nova variante do vírus no Brasil também colaborou para a alta taxa. Na Região Norte também se destaca Rondônia, que tem a segunda maior taxa de letalidade do Brasil (257,4) — veja quadro abaixo com os números.

Estados importantes da federação, com mais recursos financeiros e maiores estruturas hospitalares, também estão na lista das unidades da federação com altas taxas de mortalidade, como Rio de Janeiro e São Paulo. As capitais e algumas das principais cidades dos dois estados chegaram a adotar como estratégia a criação de um “feriadão” de dez dias — com a antecipação de feriados até de 2022 –, mas não conseguiram efetivamente aumentar o isolamento social nem provocar grandes alterações no quadro de casos e mortes. De acordo, com o epidemiologista, a antecipação de feriado é “melhor do que nada”, contudo, são medidas “claramente insuficientes”.

Hallal também atribui a alta letalidade do vírus no Rio de Janeiro e São Paulo à maneira como o combate à pandemia ocorreu nesses locais, priorizando a criação de leitos e a abertura de hospitais de campanha, em vez de investir com maior rigor no isolamento social. “Rio de Janeiro e São Paulo são exemplos de estados que adotaram uma abordagem clínica do problema e, por isso, têm péssimos resultados”, afirma.

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Sul e Nordeste

A Região Sul também chama a atenção, com dois dos três estados com médias superiores à média nacional — a exceção, no limite, é o Paraná. Já o Nordeste é a região onde o vírus é proporcionalmente menos letal — o Ceará é o único estado naquela área com uma taxa de mortalidade acima da brasileira. O Maranhão é o local, onde, em números proporcionais, menos pessoas morrem no país em razão da Covid-19, com coeficiente de 93,3.

“A condução da pandemia no Maranhão tem sido baseada em evidências cientificas, não é um estado que tem adotado uma prática negacionista. Um outro ponto é a existência de informação epidemiológica abundante sobre a pandemia. Um grupo da Universidade Federal do Maranhão tem produzido e monitorado o estágio da pandemia no estado, é um papel de inteligência epidemiologista importante. Com esses dados, se o governo não for negacionista, ele consegue tomar decisões corretas. Mas há também a estrutura etária da população, há menos idosos. Embora isso tenha mudado um pouco com a nova variante, existe uma concentração de mortes entre os mais velhos “, diz.

A maior parte dos estados nordestinos vem adotando o toque de recolher e endurecendo medidas desde o começo de março. Mas o epidemiologista chama a atenção para a disparidade entre eles. “É uma região composta por muitos estados, então, por mais que a média seja positiva, não pudemos deixar de ficar atentos ao Ceará e Sergipe, que têm médias acima de 150. Tem uma desigualdade interna na região que preocupa um pouco”, afirma.

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Já o Centro-Oeste é a região que, segundo Hallal, tem a situação mais preocupante. “A média está em 200, mas os estados não foram afetados pela pandemia no começo do ano passado. Dali para frente, a situação piorou e até descontrolou, tanto que os dados são piores que no Sul. A epidemia está atrasada no Centro-Oeste em relação a outras regiões do Brasil, mas, infelizmente, tem sinais de descontrole”.

Outros países

Hallal ainda ressalta que “nenhum estado do Brasil está bem ou perto dos países que estão realmente bem no controle da pandemia”. “Não tem nenhum estado que esteja no nível do Canadá, que é de 61 mortos a cada 100 mil habitantes, ou outros lugares que estão combatendo bem a pandemia, como a Coréia do Sul, que tem 3,4 óbitos por 100 mil habitantes, e a Índia, que tem 12,3 óbitos por 100 mil habitantes. 

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