Continuo usando turbante, diz jovem com câncer hostilizada em SP
A paranaense Thauane Cordeiro, 19 anos, fala de seu tratamento contra a leucemia e da discussão em uma estação por causa do acessório
A paranaense Thauane Cordeiro, 19 anos, conta em depoimento a VEJA como se sentiu ao ser hostilizada por ser branca e cobrir a cabeça com um turbante: “Enquanto esperava meu namorado, passou um grupo de garotas negras. Uma delas veio até mim e disse que eu não podia usar aquilo. Perguntei por quê, e ela respondeu: ‘Porque você é branca’. Tirei o turbante e disse: ‘E isso aqui é câncer, eu uso o que eu quiser’. Saí dali me sentindo péssima.” Thauane foi diagnosticada com leucemia em setembro do ano passado. Começou tratamentos oncológico e psiquiátrico, e o cabelo começou a cair. “Não suportava ver aquilo. Preferi cortar tudo de uma vez”, relata. Sobre a acusação de apropriação cultural, reflete: “Acho que não se pode culpar um único indivíduo de uma coisa tão ampla como a apropriação cultural. E, independentemente de ser branco, negro ou azul, a doença pode chegar a você. Então, acho que as pessoas não devem fazer prejulgamentos. A única coisa boa dessa história foi ter tocado num tabu e motivado a discussão. Continuo usando turbante.”
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