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Congresso reage a Bolsonaro com ironia e indignação

Reação no Senado e na Câmara mostra que dificilmente Bolsonaro terá sucesso em prosseguir com seu objetivo de processar ministros do STF

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 ago 2021, 11h38 - Publicado em 14 ago 2021, 11h25

A depender da reação de senadores e deputados, dificilmente o presidente Jair Bolsonaro terá sucesso em prosseguir com seu objetivo de processar ministros do Supremo no Senado. Os congressistas reagiram com ironia e indignação ao anúncio do presidente de Bolsonaro de pedir ao Senado a abertura de processo contra os ministros do Supremo Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Bolsonaro fez seu anúncio após a prisão de um de seus mais fiéis aliados, o ex-deputado Roberto Jefferson, do PTB do Rio.

A senadora Simone Tebet (MDB-RS) foi uma das primeiras a criticar Bolsonaro. “Presidente vai mesmo pedir ao Senado o impeachment de ministros do STF? Quem pede pra bater no ‘Chico’, que mora no Inciso II, artigo 52, da CF, se esquece de que o ‘Francisco’ habita o Inciso I, do mesmo endereço”, escreveu Simone Tebet. Ela faz referência ao mesmo artigo da Constituição citado por Bolsonaro, que diz que compete ao Senado processar e julgar o presidente e o vice nos crimes de responsabilidade.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), um dos mais atuantes na CPI da Pandemia, defendeu que ministros do Supremo podem e devem ser investigados por fatos concretos, mas ironizou a iniciativa do presidente da República: “O tal pedido de impeachment que Bolsonaro pretende apresentar contra Barroso e Moraes é só mais uma cortina de fumaça para tentar esconder o mar de crimes comuns e de responsabilidade que o próprio PR cometeu”.

Ex-presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (Sem partido-RJ) comparou a atitude de Bolsonaro à de populistas que, depois de eleitos, atacam as instituições e tentam destruir a democracia. Ele comparou Bolsonaro ao ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez: “É, na verdade, um ditador igual a Chávez”.

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Na oposição, as críticas partiram primeiramente do senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco: “Cada vez acuado por conta de uma série de denúncias contra o seu governo, Bolsonaro tenta mais uma vez intimidar a Justiça. A olhos vistos, o presidente avança no seu discurso autoritário. É preciso dar um basta de uma vez por todas nessa milícia golpista”.

O líder da Rede, senador Randolfe Rodrigues (AP), pediu que o presidente Bolsonaro se concentre no trabalho: “Ao invés de arroubos autoritários, que serão repelidos pela democracia, vá pegar no serviço! Estamos com 14 milhões de desempregados, 19 milhões de famintos, preço absurdo da gasolina, da comida. E o povo continua morrendo de Covid-19! Vai trabalhar!”.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, saiu em defesa do pai. “Os senadores poderão ter a oportunidade de pôr fim a prisões arbitrárias, bem como acabar com um período de censura, escreveu Eduardo Bolsonaro. “Só numa ditadura jornalistas e políticos são presos e pessoas censuradas em sua liberdade de expressão, por supostos crimes que sequer têm definição em lei”.

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