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Confronto em favela ‘pacificada’ deixa quatro mortos

Quadrilhas dos morros do Fallet-Fogueteiro e Coroa disputam controle dos pontos de tráfico. Região conta com UPPs desde 2011

Por Leslie Leitão 9 Maio 2015, 14h12

Os morros do Fallet-Fogueteiro e Coroa contam com Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) desde fevereiro de 2011. A região de 9 013 moradores, em Santa Teresa, tem taxa de um policial por 46 habitantes, uma das mais altas de todo o Estado. Mas os 193 policiais militares que patrulham a área não conseguiram, até hoje, dar um mínimo de tranquilidade a ninguém. A noite desta sexta-feira é a mais recente evidência do fracasso desta ‘pacificação’. Na noite desta sexta-feira, duas facções que disputam as bocas de fumo se enfrentaram com armas de guerra e balas traçantes. O resultado foi trágico: pelo menos quatro homens morreram, três crianças foram baleadas num campo de futebol e uma mulher grávida também ficou gravemente ferida por uma bala perdida.

O confronto começou por volta das 21h de sexta-feira, quando pelo menos 30 criminosos do Comando Vermelho, que controla o Fallet e o Fogueteiro, ignoraram a presença da UPP e atravessaram a região para atacar a quadrilha da Coroa, dominada pela facção Amigos dos Amigos (ADA). O primeiro morto foi identificado como Leonardo Silva de Castro, de 34 anos, que tinha seis anotações em sua ficha criminal.

No ataque, bandidos da Coroa reagiram e expulsaram os invasores, que, na saída, encontraram PMs que patrulhavam o entorno das favelas. Houve outro intenso tiroteio e três adolescentes que jogavam bola num campo de futebol foram feridos. Em outra região, Gabriella Prazeres do Nascimento, de 22 anos, grávida de cinco meses, foi atingida no peito, enquanto conversava com amigas. A bala está alojada no pulmão e ela segue internada no Hospital Souza Aguiar.

Na avaliação interna feita pela PM, a UPP da região está entre as 13 classificadas como bandeira vermelha, ou seja, de descontrole, mesmo estando ocupada há quatro anos. Esse tempo todo, aliás, não foi suficiente para que a PM conseguisse prender o chefe do tráfico do Fallet, Paulo Cézar Batista, o Paulinhozinho, mentor do ataque de ontem à noite. “Tem vários pontos da favela que não podemos patrulhar. Aqui também não existe pacificação alguma”, afirma um soldado lotado na UPP, que esta semana ficou encurralado durante um confronto com bandidos. O Comando de Polícia Pacificadora (CPP), em nota, limitou-se a dizer que o patrulhamento foi reforçado.

A situação das UPPs vem se agravando ano a ano. Desde o início do projeto da Secretaria de Segurança Pública, em dezembro de 2008, 173 policiais militares foram feridos e outros 21 morreram em alguma das 38 regiões classificadas como pacificadas. Somente neste ano de 2015 já são 47 feridos e cinco mortos, sendo o último no dia 2 deste mês. O soldado Marcelo Soares Silva do Reino foi atingido no peito durante uma ronda no Complexo do Alemão e, após alguns dias internado, não resistiu.

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