Comando Vermelho cobra ‘taxa de barricada’ e ‘pedágio’ de moradores em Jacarepaguá
Guerra entre tráfico e milícia transforma bairros em zonas de conflito, com extorsões e violência recorde

A região da Grande Jacarepaguá, na zona oeste, enfrenta uma escalada de violência e domínio do crime organizado, com o Comando Vermelho avançando sobre áreas antes controladas por milícias ou sem domínio criminoso. Em menos de dois anos, o tráfico se estabeleceu em locais como a Rua Araticum, no Anil, que antes era conhecida pela tranquilidade, mas hoje é palco de disputas violentas entre facções. A violência é impulsionada pela rivalidade entre tráfico e milícia, que disputam o controle territorial e extorquem moradores e comerciantes.
O Comando Vermelho adotou práticas antes usadas pelas milícias, como a cobrança de taxas ilegais por serviços básicos, como água, luz, gás e internet. Recentemente, os traficantes criaram a “taxa de barricada”, obrigando comerciantes a pagarem para a construção de barricadas que impedem o acesso de veículos estranhos, incluindo a polícia. Moradores relatam que quem se recusa a pagar é ameaçado de morte. O tráfico também está cobrando de quem quer estacionar seu veículo no bairro. Além disso, a facção expandiu suas atividades para o roubo e clonagem de carros, vendendo veículos roubados para financiar suas operações.
Segundo dados do Instituto Fogo Cruzado, a violência na Grande Jacarepaguá atingiu níveis alarmantes. Em 2023, a Rua Araticum registrou 15 homicídios, ficando em segundo lugar no ranking de vítimas da região, atrás apenas da Cidade de Deus, com 22 mortes. Rio das Pedras também aparece como um dos locais mais violentos, com 13 homicídios no mesmo período.