Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Com Temer, militar comandará Defesa pela primeira vez

Pasta foi criada durante governo FHC, em 1999, para impor comando civil às Forças Armadas; integrantes da Marinha e da Aeronáutica têm ressalvas à escolha

Por Da Redação Atualizado em 4 jun 2024, 16h52 - Publicado em 27 fev 2018, 15h58

Ato contínuo à escolha de Raul Jungmann para o Ministério da Segurança Pública, o presidente Michel Temer (MDB) decidiu nomear o general Joaquim Silva e Luna para substituí-lo, como interino e por tempo indeterminado, no comando pasta da Defesa. É a primeira vez desde que o ministério foi criado, em 1999, que um militar vai comandar, mesmo que provisoriamente, a pasta responsável pelas Forças Armadas.

Há 19 anos, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e após meses de negociação foi tomada a decisão política de impor um comando único e civil aos militares, que ganhou forma no Ministério da Defesa. Ao longo de todo esse período, governantes negociaram com generais, almirantes e brigadeiros os melhores nomes para chefiarem a pasta, mas haviam preservado o caráter civil da chefia da pasta.

Não que não tenham ocorridos momentos delicados na relação entre civis e militares. Em 2004, para chegar à solução de um impasse, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a pedir ao vice José Alencar (PRB) que utilizasse o prestígio de seu cargo para acumular as funções e pacificar a Defesa, o que fez durante dois anos.

Para todos os efeitos, Silva e Luna foi nomeado de forma interina por Temer, mas a expectativa é que ele, que era secretário-executivo do ministério, fique no posto até o final do mandato do emedebista em dezembro. A escolha foi defendida fortemente por outro militar, o general Sérgio Etchegoyen, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

“O nome disso é continuidade. Decidiu-se pela continuidade e por quem tem proximidade com o ministro da Segurança Pública para alinhar os esforços, facilitando todas as ligações e contatos para as ações de segurança que vão continuar acontecendo daqui para a frente. Só isso”, disse o ministro do GSI.

Continua após a publicidade

Quem também não vê problema é o ex-ministro Aldo Rebelo (PSB), que chefiou a pasta por sete meses durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e nomeou Silva Luna para a secretaria-geral do ministério. Rebelo descreve o general como “muito competente e capacitado”. “O ministério está em boas mãos”, disse a VEJA.

 

Além de ser um militar em uma função tradicionalmente civil, a escolha do general Luna cria outra situação difícil: as Forças Armadas não atuam de forma unitária e, nessa posição, o ministro interino da Defesa é um integrante do Exército com poder de comando sobre a Aeronáutica e a Marinha. Etchegoyen afasta o risco de “desconforto” entre os braços militares.

“Eu acho que a gente deve subir um pouquinho este debate para um nível mais adequado, porque tudo tem uma razão para colocar a responsabilidade ou a culpa nas Forças Armadas. Qual é o problema das Forças Armadas? É ter prestígio? Seria esse o problema? Honestamente, não vejo isso porque os militares são disciplinados”, argumentou.

Continua após a publicidade

Na Marinha e na Aeronáutica, no entanto, há ressalvas à situação. A avaliação de alguns oficiais é de que o ideal seria tanto o cargo de ministro da Defesa quanto o de secretário-geral serem ocupados exclusivamente por civis. Estes mesmos oficiais lembraram que a escolha traz de volta a discussão que existia no antigo Estado-Maior das Forças Armadas, órgão que precedeu o Ministério da Defesa, em que integrantes do Exército tiveram protagonismo em relação a representantes das outras forças.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.