Círio de Nazaré: um bom teste para a COP30
Não é imunidade contra obstáculos que podem vir a acontecer, mas é bom alento — e ótimo cartão de visitas
O Círio de Nazaré, em Belém, no Pará, é uma das mais grandiosas e comoventes festividades religiosas de todo o mundo, e não há nessa definição exagero algum. Ela celebra Nossa Senhora de Nazaré, em festa que, no domingo 12, teve mais de 2,5 milhões de pessoas pelas ruas da capital, em caminhada ao longo de cinco horas. Para a população belenense, é cerimônia mais querida até do que o Natal. O secretário de Segurança do Pará, Ualame Machado, levou o representante da Segurança da ONU, Kevin O’Hanlon, para sobrevoar a capital paraense durante a cerimônia. De helicóptero, O’Hanlon e os integrantes do governo viram a procissão fluvial, com a Baía do Guajará tomada por embarcações, e o ponto de início da motorromaria. O’Hanlon ficou impressionado com o tamanho da festa, a devoção e os poucos acidentes, relacionados, em sua maioria, ao calor e ao cansaço. Para ele, a dificuldade de organização da COP30, entre 10 e 21 de novembro, perto do fenômeno que via pela janela, de cima, “será fácil”. Fácil, fácil, evidentemente não será — e pesa no ar como chumbo, ainda agora, a menos de mês do evento, escassez de hospedagem, problema do qual não foi vítima o Círio, dado ter sido atravessado, obviamente, por cidadãos locais. Mas, ao menos no primeiríssimo grande teste logo antes da cúpula do clima, Belém passou com algum louvor. Não é imunidade contra obstáculos que podem vir a acontecer, mas é bom alento — e ótimo cartão de visitas.
Publicado em VEJA de 17 de outubro de 2025, edição nº 2966
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