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Cidade de São Paulo tem queda de internações em UTI durante a pandemia

Ritmo de mortes na capital também vem caindo e autoridades acreditam que a metrópole já teria superado a pior fase da crise

Por Mariana Zylberkan Atualizado em 3 jun 2020, 20h02 - Publicado em 3 jun 2020, 15h43

A cidade de São Paulo registrou por dois dias consecutivos índices de internação em UTI abaixo de 70% nos hospitais municipais e endereços conveniados. Desde o início da pandemia, esse índice sempre esteve acima de 80%. No mesmo período, o ritmo de mortes vem aumentando de forma mais lenta. De uma média de 100 óbitos por dia, entre picos que ultrapassaram 300, a capital baixou para 64 novas mortes entre segunda e terça-feira, 2.

A redução se deve ao aumento de leitos de UTI disponíveis e também aos pedidos de internação, que têm caído, segundo a prefeitura, chegando a 42 por dia no fim de maio. No início do mês, a média era acima de 50 pedidos diários. De acordo com integrantes do comitê de contingência do governo estadual, esses números indicam que a cidade pode ter chegado à fase de platô, em que os dados de casos confirmados e mortes se estabilizam por um determinado tempo e depois começam a reduzir. “O cenário se alterou, antes tínhamos uma curva acentuada para cima”, diz o secretário municipal de saúde, Edson Aparecido.

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Segundo ele, o pior momento na metrópole foi entre os dias 23 de abril e 8 de maio, quando o sistema público de saúde chegou próximo ao colapso. Na ocasião, o prefeito Bruno Covas (PSDB) considerou decretar lockdown, tipo de isolamento mais rígido.

Epicentro da pandemia no fim de março, São Paulo ensaia os primeiros passos para a retomada de algumas atividades econômicas, como comércio, shopping centers, escritórios, concessionárias de veículos e imobiliárias. Uma semana após o sinal verde do governador João Doria (PSDB), que classificou a cidade como apta a sair da fase de isolamento social de acordo com o plano de retomada, a equipe do prefeito ainda organiza a reabertura.

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Em reunião do comitê de contingência que discutiu o lançamento do plano de retomada, a prefeitura defendeu a flexibilização ao apresentar dados como redução de passageiros nos ônibus, menores índices de congestionamento e também menor tráfego de veículos registrado pelos radares de trânsito. Segundo esses dados, a capital chegou a 60% de isolamento social em maio. Segundo o secretário Aparecido, isso ajudou a reduzir os pedidos de internação, apesar de os casos confirmados continuarem crescendo.

Na última segunda-feira, 1º, cerca de 50 entidades que representam mais de 200 000 estabelecimentos comerciais enviaram protocolos com sugestões de medidas sanitárias para proteger funcionários e clientes, uma exigência da administração municipal para a reabertura. Os protocolos têm que ser analisados por três instâncias de governo antes de obterem a aprovação. Um dos setores que mais emprega e um dos mais afetados pelo isolamento social, o comércio teve prioridade na retomada.

Apesar dos avanços e das recentes boas notícias, a situação ainda é bastante delicada. Nos últimos dois dias, o estado de São Paulo bateu dois recordes seguidos de novas mortes registradas por dia, 327, segundo o Ministério da Saúde. Para o médico Carlos de Carvalho, coordenador do centro de contingência da gestão do governador João Doria, as análises para determinar a retomada levam em consideração os números de casos confirmados e de mortes combinados com a capacidade de atendimento nas UTIs. Além disso, as análises são feitas diante do acumulado a cada sete dias. “Há o risco de predominar alguma sazonalidade se olharmos os números sem fazer a comparação com os dias anteriores. No fim de semana, por exemplo, diminui o fluxo de informações no sistema porque as secretarias municipais não trabalham. Quando chega segunda e terça-feira, ha um salto”, explica o médico.

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