‘Cavalo tarado’: a nova arma da direita contra Paes no Rio
Apresentação em ao menos quatro escolas municipais foi repudiada pelo prefeito e utilizada por adversários por conteúdo sexual
Uma apresentação polêmica em escolas municipais do Rio de Janeiro se transformou na primeira munição do único pré-candidato ao comando do Palácio da Cidade declarado até aqui contra o atual prefeito Eduardo Paes (PSD). Fantasiados de cavalo, ao som de uma música com conteúdo sexual, os atores da companhia Suave fizeram a exibição em ao menos quatro escolas da rede municipal de ensino. O caso foi explorado pelo deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB), num treino para o clima bélico para 2024. O parlamentar postou o vídeo de parte da performance, que qualificou de “abominável” e já politizando: “Esta é a educação de Lula e Paes”. O presidente é aliado do prefeito do Rio e o PT integra secretarias da prefeitura.
Paes reagiu imediatamente, afastou os diretores de quatro escolas. Em vídeo publicado em suas redes sociais, e em tom de indignação, afirmou: “Recebi esse vídeo absurdo aqui. O que passa na cabeça de alguém que acha que é o tipo de coisa que possa ser apresentado nas escolas, para crianças. Com muita indignação, eu repudio”. Ele chamou os atores de “grupo independente”. E disse ainda que os recursos públicos terão que ser devolvidos, e abriu sindicância para investigar o caso. O principal trecho da música, em ritmo de funk, diz: “Olha o cavalo no cio, o cavalo tá taradão”.
A companhia, em 2022, ganhou edital de 50 mil reais da Secretaria Municipal de Cultura do Rio. O edital, publicado no Diário Oficial, previa apresentações em até um ano após o recebimento dos recursos. A Secretaria Municipal de Educação classificou a apresentação do grupo de “má-fé”. O grupo sustenta que o trecho da apresentação foi retirado de contexto.