Caso Marielle muda de delegado pela 5ª vez no Rio de Janeiro
Investigações, que completam quatro anos em março sem apontar mandantes pela morte da vereadora e de seu motorista, têm novo titular

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que investiga o duplo assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, tem um novo titular. Trata-se do delegado Alexandre Herdy, que deixa a 10ª DP (Botafogo) para assumir as investigações do assassinato político que segue há quase quatro anos sem dar resposta sobre quem mandou matar a parlamentar do PSOL, tampouco a motivação do crime. Pela execução estão presos o PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz, apontados, respectivamente, como o atirador e o motorista da emboscada em que Marielle e Anderson morreram a tiros em 14 de março de 2018 no Estácio, região central do Rio.
Ex-titular da DHC, Henrique Damasceno assume a diretoria do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, que comanda, além da DHC, a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense e a de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo. No lugar de Herdy na delegacia de Botafogo, assume o delegado Daniel Rosa, até então titular da 15ª DP (Gávea). As trocas foram publicadas em boletim interno da Polícia Civil na noite de terça-feira, 1.
Trata-se da 5ª mudança de delegados titulares no curso das investigações. Coube a Giniton Lages a 1a fase, entre 2018 e 2019. Daniel Rosa assumiu a chefia do inquérito entre 2019 e 2020, enquanto Moysés Santana ficou de 2020 a 2021. Henrique Damasceno assumiu em julho do ano passado, até deixar o posto ontem.
Além de não ter apontando os mandantes das mortes, a Polícia Civil e Ministério Público não localizaram a arma usada no crime – uma submetralhadora MP5 – e tampouco o carro, um Chevrolet Cobalt prata clonado. Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz vão a júri popular, ainda sem data marcada.