Caso favela Naval: ‘Aquele tiro foi para sempre’
Hoje com 29 anos, filho do conferente Mário Josino conta a VEJA como o crime cometido pelo ex-policial militar Rambo mudou a sua vida

Kleiton Josino tinha apenas 9 anos quando seu pai, o conferente Mário Josino, foi morto a tiros pelo policial militar Otávio Lourenço Gambra, o Rambo, durante uma blitz na favela Naval, em Diadema (SP), em março de 1997. O caso ficou mundialmente conhecido após um vídeo mostrar que Rambo disparara a sangue frio e sem motivo aparente contra o carro em que estava Josino, que não tinha nenhum antecedente criminal e, na ocasião, ainda portava a agenda do trabalho. Hoje com 29 anos, Kleiton conta a VEJA como o crime mudou a sua vida e como as imagens (captadas pelo cinegrafista amador Francisco Romeu Vanni) “salvaram” o nome do seu pai. “Ele era o pilar de casa. Minha mãe (Josélia Ribeiro Josino) era analfabeta e ele, estudado, era quem me obrigava a ir à escola todos os dias. Queria que eu me tornasse alguém na vida, um jogador de futebol formado. Logo depois do seu assassinato, deixei de lado os estudos. Se não fosse o vídeo, o nome dele ficaria manchado para sempre, como mais um ‘marginal’ morto pela polícia. Ainda existem um monte de Rambos no mundo”, diz. “Para nós, a perda do meu pai é uma pena perpétua. Aquele tiro foi para sempre”.
Para ler a reportagem na íntegra, compre a edição desta semana de VEJA no iOS, Android ou nas bancas. E aproveite: todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no Go Read.