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Caso Bernardo: menino foi dopado antes de ser assasinado

Conforme depoimento de cúmplice no crime, o menino foi anestesiado para depois ser morto com injeção letal de um produto que ela não soube precisar

Por Da Redação
17 abr 2014, 09h26

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga se o menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, encontrado morto do dia 14, teria sido dopado com analgésico usado para endoscopia antes da injeção que o matou. A informação foi dada pela assistente social Edelvânia Wirganovicz, que ajudou no crime. ​Segundo ela, o menino foi dopado com barbitúricos e assassinado com uma injeção letal de um produto que ela não soube precisar, preparada pela madrasta do garoto, Graciele Ugolini. As informações foram divulgadas pelo site do jornal Zero Hora.

O pai de Bernardo, Leandro Boldrini, de 38 anos, é médico cirurgião e dono de uma clínica na cidade de Três Passos (RS), sua mulher, Graciele, é enfermeira e sócia na clínica. Na noite de segunda-feira, o corpo do menino foi encontrado no interior da cidade de Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico, e enterrado às margens de um rio. A confirmação sobre o que matou o menino ainda depende de exames periciais. O pai, a madrasta e Edelvânia estão presos.

A certidão de óbito do menino atesta que ele morreu de “forma violenta” dois dias antes de o pai relatar à polícia sobre o desaparecimento do filho. Segundo a certidão de óbito, o corpo estava em “adiantado estado de putrefação” quando foi encontrado.

Segundo a delegada Caroline Bamberg, o pai de Bernardo e a madrasta do garoto receberam “com frieza” a notícia da morte de Bernardo e se preocuparam demais com a reação da mídia. “Eles receberam a notícia com frieza. Minutos depois, apresentei o mandado de prisão temporária e eles me perguntaram se eu tinha provas. Estavam preocupados com a mídia”, afirmou a delegada.

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Até agora, a Polícia Civil trabalha com duas hipóteses para o homicídio do garoto: por motivo fútil (ciúmes) ou econômico. O menino seria o único herdeiro da mãe, Odilaine Uglione, que morreu há quatro anos com um tiro na cabeça disparado dentro da clínica em que o pai de Bernardo trabalhava. A polícia registrou o caso na ocasiao como suicídio.

O advogado Marlon Barbon Taborda, que trabalha para a avó materna de Bernardo, Jussara Uglione, de 73 anos, afirma que, na semana em a mãe de Bernardo teria cometido suicídio, ela teria procurado advogados para tentar um acordo judicial de partilha com o marido – de quem estava se separando. A minuta de acordo envolvia patrimônio (bens móveis e imóveis) e uma pensão, para ela e para o menino. Um dos valores propostos era 1,5 milhão de reais de indenização a ela, que era sócia na clínica de endoscopia do marido. E pensão de 8.000 reais mensais.

Ajuda – Bernardo chegou a procurar o Fórum de Três Passos para reclamar de insultos recebidos da madrasta e da falta de interesse do pai. Na ocasião, não houve relato de violência física. A primeira notícia sobre o abandono afetivo do qual Bernardo seria vítima chegou à Promotoria da Infância e da Juventude em novembro, quando foi aberto expediente para apurar a situação familiar. O menino era alvo de comentários na cidade e frequentemente se hospedava na casa de amigos da escola.

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Depois de conversar com Bernardo e confirmar as queixas sobre o pai e a implicância da madrasta, a promotora responsável pela apuração, Dinamárcia de Oliveira, preparou a ação judicial pedindo que a guarda do menino fosse dada para a avó materna. O juiz Fernando Vieira dos Santos optou por uma conciliação entre o pai, o médico Leandro Boldrini, e o menino. Em uma audiência em 11 de fevereiro, Boldrini pediu uma chance para melhorar a relação com o filho. Em 13 de maio, pai e filho seriam novamente ouvidos.

Sumiço – Em depoimento à polícia, o casal relatou que o menino foi dormir na casa de amigos no dia 4. Ele não retornou depois de dois dias. O pai, então, acionou a polícia e uma rádio local para descobrir o paradeiro de Bernardo. Nos dias que se seguiram, a população de Três Passos mobilizou-se para encontrar o garoto. Apenas dez dias depois o corpo de Bernardo foi encontrado.

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