Carta ao Leitor: Da arte de inovar
Editora Abril completa 75 anos de ampla renovação, levando aos brasileiros de três gerações invenções surpreendentes

Em meados de 1969, VEJA lançou uma seção que faria parte da história da imprensa brasileira: uma entrevista para abrir a revista, todas as semanas. A criativa ideia inicial sugeria uma cor diferente. Como havia um razoável volume de papel amarelo guardado na gráfica, decidiu-se utilizá-lo. Quando o estoque chegou ao fim, a fórmula estava consagrada, e as Páginas Amarelas nunca perderam a mítica tonalidade. Foi assim, quase por acaso — como em outros grandes momentos da inventividade humana, feita de surpresas fascinantes —, que a Editora Abril deu um dos passos inaugurais em uma permanente revolução: o zelo pela inovação. Vale a frase de Peter Drucker (1909-2005), reputado pensador da administração moderna: “Todas as inovações eficazes são surpreendentemente simples. Na verdade, o maior elogio que uma inovação pode receber é haver quem diga: isso é óbvio, por que não pensei nisso antes?”.
A Editora Abril, que deu origem ao Grupo Abril, completa neste mês 75 anos de ampla renovação, levando aos brasileiros de três gerações invenções surpreendentes, de sucesso imediato e espanto pelo ineditismo. REALIDADE representou um olhar diferente para as reportagens. VEJA introduziu o jornalismo de excelência, imune ao jogo do poder e a interesses escusos. A Abril levou às bancas discos de ópera e de gênios da MPB. Apresentou a primeiríssima tradução para o português de O Capital, de Karl Marx, e as ideias de Adam Smith, na prestigiada coleção Os Pensadores. Trouxe para o Brasil os videoclipes da música pop por meio da MTV. Reinventou o olhar para a arquitetura e a decoração com a CASACOR. Foi uma das primeiras a entender os avanços promovidos pela internet — e agora, mais do que nunca, pavimenta os inexoráveis passos para o futuro.
As edições impressas permanecem vivíssimas e cobiçadas, mas de mãos dadas com os sites e as redes sociais. VEJA, por exemplo, anda no compasso da expansão das informações digitais, a todo momento, sem parar. Exemplo disso ocorreu na quinta-feira 26, com a entrada no ar pela Samsung TV do canal VEJA+, reunindo programas, vídeos e documentários produzidos por VEJA e outras marcas da Abril. Não seria exagero dizer que a atual celebração tem um evidente significado: são apenas os primeiros 75 anos de uma marca indissociável do país, da defesa da democracia e das liberdades individuais, da educação e do conhecimento — hoje ancorada nos saltos tecnológicos, como se vê na edição especial encartada neste número de VEJA. Outros muitos 75 anos virão. Obrigado a você que segue acompanhando a vitoriosa trajetória da Abril.
Publicado em VEJA de 27 de junho de 2025, edição nº 2950