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Caiado associa denúncia de crime à campanha à Presidência

Governador goiano rebate acusações de que teria sido avisado pelo chefe da Casa Militar sobre assassinato em Anápolis

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 11h59 - Publicado em 30 mar 2024, 21h59

Na edição desta semana, VEJA revelou detalhes da investigação de um assassinato ocorrido no interior de Goiás que vem sendo usado como arma de uma disputa política dentro do União Brasil, o terceiro maior partido do país. Em 2021, o empresário Fábio Escobar, ex-coordenador da campanha do governador Ronaldo Caiado, foi executado a tiros na cidade de Anápolis. A investigação concluiu que Jorge Caiado, primo do governador, foi um dos mandantes do crime. O motivo: o empresário, antes de morrer, denunciou um esquema de caixa dois nas eleições e apontou corrupção no governo.

O caso migrou definitivamente para o terreno político depois do testemunho do coronel Newton Castilho, ex-chefe da Casa Militar do Palácio das Esmeraldas. Ele disse aos investigadores que teria avisado o governador de que o primo dele planejava matar o desafeto.  Ronaldo Caiado, por sua vez, garante que a versão do militar é mentirosa. Ele associa as denúncias envolvendo seu nome à disputa pelo controle do União Brasil e sua anunciada pretensão de concorrer à Presidência da República.

O coronel Newton Castilho disse ter tido uma reunião com o senhor sobre o plano de seu primo, Jorge Caiado, de eliminar Fábio Escobar. Eu nunca tive reunião com ele para tratar desse assunto. Nunca tive. Isso nunca existiu. É uma mentira, ele nunca falou nada desse assunto comigo. Ele era chefe da Casa Militar e foi corregedor da PM. Esse cidadão demorou  três anos e meio para se lembrar desse assunto?

O coronel também diz que falou sobre o assunto com a primeira-dama. Você pode ter certeza absoluta que a minha mulher nunca  teve despacho com esse cidadão. Você pode ter certeza que estão querendo criar uma situação. Na conta dos policiais que estão presos tem 11 milhões de reais. Os três promotores não se preocuparam em hora alguma de seguir o dinheiro dos presos, não tiveram coragem de ir acompanhar o que está acontecendo. O dinheiro, para ser depositado, saiu de algum lugar e foi para algum lugar, esse dinheiro não caiu do céu.

O senhor está dizendo que alguém pagou para matar o empresário? É lógico que eu estou falando isso. Acharam 11 milhões de reais nas contas dos policiais que mataram  e o Ministério Público apresenta uma denúncia sem que ele investigasse ou ouvisse os presos?

O senhor está insinuando que a investigação derivou para questões políticas? É 100% isso.  Mas pra mim é uma questão de honra esclarecer esse caso. Eu não vou aceitar nada mais ou menos. Não vou permitir as coisas se encaminharem para macular a minha imagem. Esse Escobar tinha graves conflitos com empresas, licitações lá na cidade de Anápolis. Que identifiquem tudo.  Eu sou o maior interessado no esclarecimento desse fato. Mas grande parte disso tem a ver com o momento em que meu nome aparece (como candidato). Isso tem o intuito de ir me desgastando. Isso foi usado pelo Luciano Bivar [ex-presidente do União Brasil].

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