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Bolsonaro: “Vai ser a oportunidade de enterrar Lula de uma vez por todas”

Indignado, presidente fez dois comentários ao saber da decisão do STF que anulou os processos do petista

Por Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 mar 2021, 00h01 - Publicado em 13 mar 2021, 13h23

Ao ser informado que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou as condenações de Lula na Lava-Jato, Jair Bolsonaro fez dois breves comentários com assessores palacianos e parlamentares. O primeiro foi uma crítica direcionada a Fachin. O presidente disse que havia um tempo o magistrado, a quem chama de “petista”, vinha proferindo “decisões absurdas“.

O presidente se incomodou com três investidas de Fachin. No fim do ano passado, o ministro fez uma defesa isolada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da tese de punição de candidatos que utilizarem a religião para pescar votos de fiéis e suspendeu a alíquota zero para importação de revólveres e pistolas definida pelo Ministério da Economia, um aceno de Bolsonaro aos seus apoiadores. Mais recentemente, Fachin criticou publicamente militares, dizendo que era “intolerável e inaceitável” a pressão que eles faziam no Supremo.

Depois de criticar Fachin, Bolsonaro resumiu em poucas palavras o que acha do ex-presidente Lula voltar a ser elegível e disputar as eleições de 2022. “Vai ser ótimo. Vai ser a oportunidade de enterrar Lula de uma vez por todas”, disse ele a um aliado. A confiança de Bolsonaro reside na expectativa de que os brasileiros rejeitam a ideia de ver no Palácio do Planalto o chefe do Petrolão, o maior esquema de corrupção da história do país.

O otimismo do presidente é ancorado em pesquisas que revelam que o sentimento de antipetismo ainda é superior ao do antibolsonarismo. Uma delas, divulgada recentemente pela CNN em parceria com o Instituto Real Time Big Data, aponta Bolsonaro com 31% das intenções de votos, enquanto Lula está com 21%. Outro levantamento, produzido pela EXAME/IDEIA, apontou que, com 42%, o petista lidera o ranking de candidatos nos quais o eleitor não votaria de jeito nenhum. Ele é seguido por Bolsonaro, com 38%.

No dia seguinte, quando acompanhou o julgamento do pedido de suspeição de Moro na 2ª Turma do STF, Bolsonaro teve uma reação mais esfuziante. Ao assistir o seu ex-ministro sendo fritado por integrantes da Corte, o presidente postou em seu Facebook uma imagem de Ricardo Lewandowski, indicado por Lula ao Supremo, proferindo o seu voto contra o ex-juiz da Lava-Jato. “Boa tarde a todos”, ironizou Bolsonaro. A um aliado, o presidente disse que “Moro já está morto” e que, se depender de seus inimigos em Brasília, “não conseguirá nem ser vereador de Curitiba”.

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