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Avião pulverizador joga agrotóxico em 340 famílias no interior do Pará

Até o momento, suspeita-se que o avião utilizado seja vinculado a um grupo do banqueiro Daniel Dantas

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 mar 2018, 12h02 - Publicado em 28 mar 2018, 19h02

Em uma área do município de Marabá, a cerca de 600 quilômetros de Belém, capital do estado, um avião pulverizador sobrevoou a região onde viviam 340 famílias do acampamento Helenira Resende, vinculado ao Movimento Sem Terra (MST), e lançou agrotóxico em direção às pessoas. A agressão aconteceu no dia 17 deste mês.

Até o momento, suspeita-se que o avião seja da empresa Agro Santa Bárbara Xinguara, na qual o banqueiro Daniel Dantas figura como proprietário. No dia 19, representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB/PA, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos e da Clínica de Direitos Humanos,  da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, foram até o local e viram como, mesmo depois de quase 40 horas, os moradores estavam passando mal com reações alérgicas aos agrotóxicos, cujos principais sintomas foram febre, dores de cabeça, dores nos ossos, coceira e irritação na pele, náuseas fortes, secura na garganta e esôfago.

Além disso, eles encontraram as embalagens do veneno utilizado próximas a uma pista de pouso. Em um relatório assinado pelos representantes das instituições que visitaram o local, um morador do acampamento afirmou que viu a Polícia Militar dando cobertura enquanto o avião jogava o agrotóxico sobre as pessoas.

No ano passado, cerca de 700 famílias foram despejadas do mesmo acampamento Helenira Resende em uma ação de reintegração de posse. Contudo, há divergências quanto a propriedade das terras, pois representantes do MST afirmam que comprovaram em audiência pública que parte da área é da União, e não da Agro Santa Bárbara.

Agora, a OAB/PA espera que a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Civil investiguem o caso para chegar aos responsáveis pelo ato.

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O Pará é o estado que concentra o maior número de mortes por disputa por terras no país. Desde 1985, quando os dados começaram a ser registrados, o Pará teve 541 mortes, o equivalente a 30% de todas as ocorrências.

Outro lado

Na quinta-feira, dia 29, após o fechamento do texto pela reportagem de VEJA, a assessoria de comunicação da Agro Santa Bárbara enviou o posicionamento da empresa diante da acusação.

A Agropecuária Santa Bárbara (AgroSB) afirma que o MST mente quando diz que a empresa jogou agrotóxico sobre seu acampamento provisório, em Marabá (PA). O MST usa esse argumento para justificar mais uma invasão criminosa.

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A AgroSB reafirma que está tomando as medidas judiciais cabíveis para retirada dos invasores da Fazenda Cedro, cuja posse retomou, em novembro de 2017, após mais de oito anos de invasão e destruição.

A AgroSB, criada em 2005, é uma das empresas mais atuantes nos mercados agrícola e de pecuária do país. A empresa direciona sua atividade pecuária à produção de carne bovina e seleção, reprodução e melhoramento genético dos rebanhos.

Aliado ao compromisso ambiental, que acompanha desde sua formação, a AgroSB mantém programa educacional nas comunidades das regiões onde atua, o que proporciona o desenvolvimento de famílias ligadas direta ou indiretamente às suas atividades.

Agro Santa Barbara (AgroSB)

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