Após racha, bancada evangélica decide revezar comando entre dois deputados
Eli Borges e Silas Câmara acordaram em presidir a Frente Parlamentar

Nos próximos seis meses, o deputado federal reeleito Eli Borges (PL-TO), será o presidente da Frente Parlamentar Evangélica. Depois disso, será a vez de Silas Câmara (Republicanos – AM) no comando do grupo, que acordou em um revezamento dos líderes nesta quarta-feira, 08, até 2024.
Os parlamentares assumem o cargo que até então era do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ligado ao pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Pela tradição da Frente, os evangélicos no parlamento tendem a se opor às pautas progressistas, que podem ser encabeçadas pelo governo Lula (PT).
Silas busca aproximação com o mandatário, por meio de encontros recentes com aliados do atual presidente, como o ministro da Pesca e Aquicultura André de Paula. O deputado é integrante da Assembleia de Deus no Pará, considerada a Igreja mãe de todas as filiais da denominação no país. Já Eli continua ferrenho apoiador de Bolsonaro, chegando a manter nas redes sociais publicações que reafirmam o compromisso com o ex-presidente e com a agenda conservadora: “Eli e Bolsonaro são contra o aborto e defendem a vida”, escreveu em uma de suas postagens.
O resultado foi anunciado após aclamação dos integrantes da Frente e traz uma solução salomônica, dado que nenhum dos dois deputados queria abrir mão da presidência. O impasse chegou a motivar uma eleição inédita na bancada evangélica. O pleito, no entanto, foi marcado por desorganização e troca de acusações, o que levou ao seu cancelamento.
A divisão do comando da FPA abre possibilidade de aproximação do segmento com o PT. Um desafio e tanto, já que os pastores da principais denominações apoiaram fortemente a candidatura de Jair Bolsonaro e são contra o partido.