Brasil, Educação

Ameaças a escolas: 302 presos, 1.000 pessoas ouvidas e 1.738 investigações

Após apresentar balanço, ministro Flávio Dino diz que operação continuará por tempo indeterminado

Por Bruno Caniato SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 20 abr 2023, 15h38 - Publicado em 20 abr 2023, 14h36

RECOMEÇO - Volta às aulas em escola de São Paulo: assassino homenageava atirador no Twitter — Volta às aulas em escola de São Paulo onde uma professora foi morta por um aluno de 13 anos (Rubens Cavallari/Folhapress/.)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) contra a violência nas escolas será prolongada por tempo indeterminado. Durante coletiva na sede da PRF nesta quinta-feira, 20, Dino informou que 302 pessoas já foram presas ou apreendidas (quando o suspeito é menor de idade) pela Operação Escola Segura, deflagrada no dia 6 de abril após o ataque na véspera a uma creche em Blumenau, SC, que resultou na morte de quatro crianças.

De acordo com o balanço, já foram registrados 2.593 boletins de ocorrência por ameaças relacionadas a ataques em escolas, 1.738 casos estão em investigação e mais de mil pessoas foram ouvidas pelas polícias. Além disso, foram feitas 270 ações de busca e apreensão de armas a artefatos de grupos extremistas, como neonazistas.

O balanço foi apresentado em meio ao clima de pavor que acometeu pais e estudantes e esvaziou escolas brasileiras nesta quinta-feira, data em que se temia uma nova onda de atentados em razão dos 14 anos do massacre de Columbine, nos EUA, quando dois jovens abriram fogo em um colégio e mataram 13 pessoas antes de tirarem as próprias vidas. O dia 20 de abril também marca o aniversário do ditador nazista Adolf Hitler. “Temos um dia hoje de monitoramento especial e vamos rezar para que terminemos o dia como começamos”, afirmou o ministro.

Na quarta-feira, 19, o Ministério da Educação publicou uma cartilha sobre segurança no ambiente escolar com orientações para estudantes, docentes, familiares e gestores, além de profissionais de saúde e assistência social, sobre a prevenção da violência nas instituições de ensino. O material ainda traz protocolos de resposta a emergência em caso de ataques e conselhos para famílias e amigos que estejam vivendo o luto de suicídio de pessoas próximas.