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Alcolumbre sobre cobrança de rachadinha: “Deus o livre!”

Em entrevista a VEJA, senador disse que não se lembrava das ex-funcionárias e que a parte administrativa não era responsabilidade dele

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 nov 2021, 09h00 - Publicado em 30 out 2021, 11h07

Na tarde de quinta-feira, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) recebeu  VEJA em seu gabinete no Senado, após dois dias de insistentes pedidos da reportagem para ouvi-lo sobre a denúncia de rachadinha feita por seis de suas ex-assessoras. Todas elas dizem que foram contratadas por Alcolumbre com vencimentos de até 14 mil mensais, não trabalhavam e deixavam praticamente todo o salário com o parlamentar. Em troca, recebiam uma pequena gratificação, entre  800 e 1.350 mensais.

Questionado se lembrava de ter contratado como assessora Marina Ramos, a responsável por arregimentar  outras mulheres para servirem como fantasmas no gabinete, Alcolumbre respondeu: “Rapaz, essa questão de gabinete quem cuidava era o chefe de gabinete”. Uma assessora do senador, que acompanhava a entrevista, lembra ao parlamentar que se trata da mulher que afirmou ter sido demitida enquanto estava grávida de 11 semanas e que impetrou processo na Justiça do Trabalho. “Quando tomei conhecimento desse processo, da Marina, dessa moça, que não sei se é Marina Ramos, que entrou na Justiça, a advocacia do Senado respondeu (à Justiça)”, disse o senador.

Alcolumbre afirmou que Marina não pediu os direitos dela quando foi exonerada, por isso o Senado não pagou. “Se ela protocolar amanhã, o Senado paga ela”, disse o senador, bocejando muito. “Pelo ato da Mesa Diretora, não precisa ajuizar nada, é só fazer o requerimento”, disse. Em seguida, Alcolumbre pergunta à equipe de assessores da área jurídica que acompanham a entrevista: “Mas acho que não tem indenização em cargo de confiança, tem?”.

Uma assessora do senador esclarece que um servidor exonerado tem direito a férias e décimo-terceiro na rescisão. “Como ela estava grávida, ela deveria ter dito: Senado, estou grávida, paga meus direitos. Não tem como o Senado saber se alguém tá grávida se não disser”, afirmou a assessora de Alcolumbre. O senador concorda: “É”.

VEJA pergunta então: “O senhor acha que é possível um grupo de funcionárias ter sido contratado sem vir trabalhar? Esse controle é feito?”. Alcolumbre responde: “Deixa eu te falar uma coisa: eu fico focado na questão legislativa (…) Eu tenho que ficar fazendo audiências, resolvendo problemas, demandas e bá, bá, bá, bá. Quem gerencia o meu gabinete é o coordenador do meu gabinete, que não sei, o cargo é de coordenador ou de chefe de gabinete?”.

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Uma das assessoras de Alcolumbre diz: “Chefe de gabinete”. O senador  afirma que o chefe de gabinete responsável pelas contratações, Paulo Boudens, já foi exonerado. VEJA cita todos os nomes das mulheres que fizeram a denúncia de que foram contratadas em troca de entregar o salário e de não trabalharem: “Marina, Jessyca, Lilian, Erica, Larissa, Adriana”. Alcolumbre não reconhece nenhum dos nomes de suas ex-assessoras.

VEJA pergunta: “Senador, algum dia o senhor autorizou ou solicitou para alguém pedir parte dos salários de funcionárias?”. Alcolumbre responde: “Chance zero”. A assessora do senador concorda: “Chance zero mesmo”. Alcolumbre acrescenta: “Deus o livre!”. A assessora dá uma gargalhada.  Alcolumbre corrige: “Deus me livre!, Deus me livre!”. O senador e seus assessores sorriem.

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