Advogado ameaça explodir sede das polícias militar e federal em Brasília
Suspeito foi preso, mas como não tinha explosivos e apresentava sinais de desequilíbrio mental, foi liberado e encaminhado a um hospital

Depois da explosão suicida na frente do prédio do Supremo Tribunal Federal, em novembro, o país passou a se preocupar mais com os atentados terroristas, que pareciam muito improváveis. A três dias da virada do ano, neste sábado, 28, no início da manhã, o advogado Fabrízio Domingues Costa Ferreira, de 46 anos, ameaçou explodir o Quartel do Comando-Geral (QCG) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)e a Superintendência Regional da Polícia Federal. O suspeito dirigia o Volkswagen branco, por volta das 6h40, quando disse aos guardas do quartel que tinha explosivos no veículo e pretendia detonar as sedes das polícias. Em seguida, deixou o local, causando um reboliço.
O carro foi rastreado e abordado pelas Equipes dos Batalhões de Policiamento de Choque (Patamo) e de Operações Especiais (Bope) da PMDF. O veículo de Costa, que está em nome de uma associação ambiental, passou por revista, mas os policiais não encontraram explosivos nem no automóvel, nem com ele. Segundo a assessoria de imprensa da PMDF, o suspeito apresentava fala desconexa, aparentando não estar em plena saúde mental.
Depois de ser entregue à 5ª Delegacia de Polícia, o advogado foi encaminhado ao Hospital de Base. Apesar de liberado logo em seguida a prisão pela polícia, devido a ausência de crime, o advogado é investigado pela Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento. No dia anterior, o suspeito foi denunciado pela companheira, por violência doméstica, depois de tentar esganá-la. O incidente está mais para um surto do que para um ato terrorista.
Para lembrar
No dia 13 de novembro, Francisco Wanderley Rodrigues, de 59 anos, morreu depois de detonar explosivos em frente ao Supremo Tribunal Federal, que estavam amarrados ao próprio corpo. Filiado ao PL, o criminoso chegou a ser candidato a vereador em 2020. Antes de morrer, câmeras de segurança registraram o homem descendo a pé o trecho final da Esplanada dos Ministérios, segurando um guarda-chuva. Com um comportamento corriqueiro passou pelo ponto de ônibus, como se fosse esperar a condução. Em seguida,três bombas foram detonadas. A primeira não explodiu. A segunda fez um estardalhaço e a terceira matou Rodrigues, que foi a única vítima do atentado.
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