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Advogadas de todo país protestam contra ‘redução’ do papel da mulher 

Matéria cita advogada experiente enfatizando o status de ‘namorada de José Dirceu’ provocou a manifestação de entidades 

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 dez 2025, 17h33 - Publicado em 5 dez 2025, 17h32

Tomou corpo a movimentação de mulheres advogadas de todo o país contra a redução dessas profissionais ao mero papel de coadjuvantes ou auxiliares de homens advogados ou autoridades. O estopim do protesto – visível em posts e notas enviadas a esta coluna por várias entidades em redes sociais – foi uma matéria jornalística sobre a advogada Danyelle Galvão, advogada com mais de 20 anos de carreira (e magistrada do TRE-SP) que assumiu a defesa de Antônio Carlos Camilo Antunes (o “Careca do INSS”). 

Em matéria do Poder 360, Danyelle Galvão foi citada com a ênfase no fato de ser “namorada de José Dirceu”, com breve menção ao status de “advogada” e “juíza substituta do TRE-SP”. 

Danyelle Galvão é advogada criminal há 20 anos e, além de juíza do TRE de São Paulo, é mestre e doutora em direito processual penal pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP), e professora do mestrado profissional do IDP-Brasília. Entre outros pontos da carreira, foi Conselheira da OAB/SP e ocupa a presidência da UMA – União das Mulheres Advogadas que hoje reúne 700 advogadas em todas as regiões do Brasil. E advogou para parlamentares de partidos de direita e esquerda. 

Segundo advogadas de diversas entidades que se manifestaram nesta sexta, 5, a matéria posiciona Danyelle Galvão como mera peça numa estratégia do ex-ministro José Dirceu, ignorando todo o seu histórico relevante. Os posts divulgados criticam o fato de o texto repetir uma prática comum de se ignorar os longos históricos profissionais de mulheres advogadas, que sempre estariam a reboque das estratégias ou prestígio de seus cônjuges ou companheiros. 

A vice-presidente da OAB-SP, Daniela Magalhães, por exemplo, publicou nota na qual afirma que “Diuturnamente mulheres com trajetórias profissionais brilhantes seguem sendo apresentadas como verdadeiros complementos de homens ao seu entorno, tratadas como “filha de”, “esposa de” ou “sócia de”, como se suas biografias fossem notas de rodapé da história deles”. Segundo Daniela, “Essa lógica apaga diplomas, pesquisas, cargos conquistados e décadas de dedicação, para reduzir toda uma vida de trabalho a um vínculo afetivo ou familiar”. 

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Em nota oficial divulgada hoje, o Instituto de Garantias Penais (IGP) afirmou que a matéria “atinge não só Danyelle, mas toda a advocacia feminina”. O IGP lamentou que formadores de opinião “ainda reforcem estereótipos machistas que perpetuam desigualdades estruturais e tentam reduzir mulheres a narrativas alheias às suas conquistas”. 

Em outra manifestação, a advogada Maria Claudia Bucchianeri, ex-ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ressaltou que “É doloroso perceber que carreiras jurídicas consolidadas e reconhecidas, construídas por décadas de esforço e renúncia, sejam absolutamente apagadas e desconsideradas e que mulheres advogadas tenham seu perfil reduzido ao status de seus companheiros de vida. Trata-se de um pensamento que impõe às mulheres a eterna condição de coadjuvantes, a despeito do protagonismo que efetivamente e merecidamente desempenham em suas carreiras, notadamente na jurídica, ainda excessivamente masculina”. 

Segundo essas e outras advogadas ouvidas por esta coluna, não se trata de um movimento contra nenhum veículo de comunicação em específico, mas uma campanha permanente de conscientização sobre o papel das mulheres. 

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“Nosso protesto vem acompanhado também de um apelo para que as mulheres advogadas – e quaisquer outras profissionais – mereçam respeito pelas suas trajetórias profissionais e não apenas pelos seus parentescos ou relações pessoais”, ponderou Renata Mariz, presidente da AASP – Associação dos Advogados de São Paulo.

A lista de entidades que se manifestam sobre o caso inclui:

1) Copeje – colégio permanente de juristas da justiça eleitoral

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2) Abep – associação elas no processo

3) CMA – comissão da mulher advogada da oab sp

4) UNAA -união de mulheres advogadas criminalistas

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5)IGP – Instituto de Garantias Penais 

6)AASP – Associação dos Advogados de São Paulo

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