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A sintonia entre a agenda econômica e política começa a ser testada

Executivo e Congresso ajustam a pauta para as próximas semanas de olho em 2022

Por Daniel Pereira 20 fev 2021, 14h21

O ministro da Economia, Paulo Guedes, conta com o apoio dos novos presidentes da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para tentar destravar a agenda econômica do governo que está em tramitação no Congresso. Os três têm se reunido com o objetivo de traçar estratégias capazes de tirar do papel, entre outros, as reformas administrativa e tributária, além de projetos destinados a facilitar o investimento privado no país. Como mostra uma reportagem da nova edição de VEJA, essa parceria será submetida a um teste de fogo nos próximos dias, quando o governo e a cúpula do Legislativo tentarão votar um acordo que prevê a retomada do pagamento do auxílio emergencial desde que atrelada à adoção de medidas de contenção de gastos.

Esse acordo foi tema de um almoço realizado no último dia 12 na residência oficial do Senado, quando Pacheco, o anfitrião, recebeu Lira e Guedes. À mesa, o ministro mostrou que ainda não entende bem os humores da política e, por isso, foi advertido pelos congressistas e recebeu conselhos de como negociar cada proposta com os parlamentares. Essa espécie de ajuste fino entre os três ocorreu quando Guedes, entusiasmado com as perspectivas de entendimento com o Congresso, declarou que 2022 seria o ano da retomada vigorosa da economia brasileira. Líder do Centrão, Lira discordou prontamente e afirmou que todo o esforço deveria ser feito para impulsionar a economia o mais rapidamente possível — para plantar em 2021 e colher em 2022  — sob pena de as urnas mandarem para casa os governistas.

“Deixa eu lhe falar do calendário político, Guedes. Para a classe política, ou este ano bomba ou no ano que vem está todo mundo morto. O que tiver que acontecer tem de ser este ano. Se for plantar no ano que vem, morreu de fome. Entendeu?”, afirmou o presidente da Câmara. Guedes ainda foi orientado a incluir gordura em suas propostas a fim de ter margem para negociação. Recebeu o conselho de dividir seus textos em partes azuis, aquelas que devem ser defendidas a ferro e fogo, e partes vermelhas, das quais o governo desistirá para fingir que fez concessões durante as tratativas com os parlamentares. A sugestão parece uma obviedade, mas se tornou necessária diante de um precedente.

No caso da reforma da Previdência, aprovada em 2019, o governo planejava economizar 1,2 trilhão de reais em dez anos com a aprovação das novas regras. Durante a tramitação da proposta, várias concessões foram feitas, a ponto de Guedes ameaçar pedir demissão caso o Congresso votasse um texto que resultasse numa economia menor do que 800 bilhões de reais. O projeto aprovado ficou próximo disso. Antes da votação, o ministro chegou a sugerir, numa entrevista, a possibilidade de uma “prensa” nos parlamentares. Ou seja: revelou falta de tino político, tudo o que se pretende evitar agora. Além de sacramentar a volta do auxílio emergencial, o almoço na residência oficial do Senado serviu para fixar as bases da atuação de cada um: Guedes, o técnico, cuida do mérito dos textos, deixando a Lira e Pacheco a missão que lhes cabe — a negociação política.

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