A reação das Forças Armadas à convocação de Bolsonaro
Em carta, comandantes não condenam protestos e falam em “compromisso irrestrito e inabalável com o povo”
Comandantes das Forças Armadas brasileiras redigiram e veicularam, na madrugada desta sexta-feira, 11, uma carta em que não recriminam os protestos antidemocráticos que se espalharam pelo país desde a derrota do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL) nas urnas no domingo 30. A carta foi divulgada horas depois de uma reunião convocada por Bolsonaro com o comando das três forças. Manifestantes contestando a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva protestam desde domingo, ocupando os perímetros próximos a quartéis Brasil afora.
“Acerca das manifestações populares que vêm ocorrendo em inúmeros locais do País, a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira reafirmam seu compromisso irrestrito e inabalável com o Povo Brasileiro. (…) Especialmente no que tange à livre manifestação do pensamento; à liberdade de reunião, pacificamente; e à liberdade de locomoção no território nacional”, atesta o documento, que defende não haver crime nas manifestações.
O texto fala ainda em “independência dos poderes”.
“Da mesma forma, reiteramos a crença na importância da independência dos Poderes, em particular do Legislativo, Casa do Povo, destinatário natural dos anseios e pleitos da população, em nome da qual legisla e atua, sempre na busca de corrigir possíveis arbitrariedades ou descaminhos autocráticos que possam colocar em risco o bem maior de nossa sociedade, qual seja, a sua Liberdade”, defendeu a carta.
O documento foi assinado por Almir Garnier Santos, comandante da Marinha; por Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército; e por Carlos Almeira Baptista Junior, comandante da Aeronáutica.
NOTA À IMPRENSA
Às Instituições e ao Povo Brasileiro
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— Exército Brasileiro 🇧🇷 (@exercitooficial) November 11, 2022