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A metralhadora giratória do comandante do Exército

Às vésperas de ser escolhido comandante do Exército, general faz ressalvas à eleição e critica interferência política nas Forças Armadas

Por Maiá Menezes Atualizado em 28 fev 2023, 17h14 - Publicado em 28 fev 2023, 17h03

Três dias antes de ser chamado para ocupar o Comando do Exército, o general Tomás Paiva, ex-comandante Militar do Sudeste, pediu discrição a seus auxiliares militares em reunião em que fez balanço da participação das Forças Armadas no governo Bolsonaro. Logo no começo do encontro, dia 18 de janeiro, um aviso:

“Me recuso a pedir que guardem o celular. Mas peço que não gravem. Deixem no modo silencioso”.

A ordem não foi cumprida. Foram gravadas afirmações do general como a de que a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi “indesejada” no Exército e “infelizmente” ocorreu. Ele também afirma que houve “diversos pontos de interferência política” nas Forças Armadas durante gestão de Jair Bolsonaro (PL).

“O discurso que a gente fazia é que política e Forças Armadas juntas iam dar ruim, deu mesmo. Política partidária dentro da força gera desgaste”, disse.

Em sua fala de cerca de 50 minutos, o então comandante Militar do Sudeste afirmou que não é papel de um general desobedecer comando do poder civil, quando está subordinado a ele.

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Ele citou como exemplos de interferências diretas do governo no Exército, a celebração de 7 de setembro, no Rio de Janeiro.  O evento aconteceu pela primeira vez no Forte de Copacabana, na Zona Sul da capital fluminense, e acabou se tornando um ato político. Revelou também que os comandantes conseguiram demover Bolsonaro da ideia de que os cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras participassem de motociatas.

“Desde sempre, eu desfilei como cadete em 1979, 1980 e 1981. Em 2022 mudou. No final foi uma celebração, para o povo foi tudo misturado. Foi mudado pelas autoridades civis. Mas houve falta de compreensão do que era de estado e do que era de governo. O Ministério Público Federal disse que não deveria ser ato político. Estou colocando que houve diversos pontos de interferência política”, disse o general.

O general afirmou ainda que é a favor do voto certificado. Ele lembrou que as Forças Armadas participaram da comissão que fiscalizou as eleições e concluiu: “Como cidadão brasileiro, seria a favor do voto certificado. Esse projeto precisa ser aperfeiçoado. Mas minha opinião não interessa. Nós participamos de toda a fiscalização, constatou-se fraude? Não. Mas tinha coisa que a gente não podia ver? Sim. Tinha o código fonte, não era possível. Mas não podemos esquecer que foi o mesmo processo eleitoral que elegeu um Congresso conservador”.

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