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A força-tarefa contra o crime que Castro e a cúpula da segurança do Rio esperam do governo Lula

Autoridades negociam projetos de integração para captura de criminosos e monitoramento financeiro de facções e a instalação no Rio de diretoria de inteligência

Por Ludmilla de Lima Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 fev 2025, 14h25

Vivendo um momento crítico na segurança pública, o governo Cláudio Castro (PL) espera do governo Lula mais integração com as forças federais. Na semana passada, o governador do Rio o secretário estadual de Segurança, Victor Santos, foram a Brasília encontrar o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, com uma lista de programas considerados estratégicos para asfixiar o crime organizado. Santos afirma que os projetos têm relação com a captura de criminosos de outros estados e com a identificações de movimentações financeiras pelas facções, sendo que hoje o governo do estado mira, principalmente, no Comando Vermelho.

Além desses programas, o secretário estadual diz que foi prometida a instalação no Rio da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que funciona em Brasília. A diretoria tem como um dos focos a integração com os órgãos de segurança pública federais, estaduais, municipais e distritais. “A diretoria virá para o Rio de forma permanente. Na semana que vem representantes da Senasp irão avaliar um local para começar os trabalhos”, disse Santos, que é delegado da PF, completando: “A diretoria tem à sua disposição forças policiais federais, como a PRF, a Força Nacional e a PF, que podem incrementar as operações nas dividas do Rio de Janeiro.”. Hoje, um dos principais programas do estado na segurança é a apreensão de fuzis, com premiação em dinheiro dos agentes envolvidos. Mais de 730 armas do tipo foram retiradas do crime desde o ano passado.

O que o estado quer são mais ações que atinjam a logística e o coração financeiro das facções, que tentam avançar na exploração de territórios nos moldes das milícias. Como exemplo de operação que o governo Castro quer ver multiplicada está a protagonizada pela PF no dia 30 de janeiro na RJ-127:  policiai federais conseguiram interceptar um carregamento de 11 fuzis, prendendo dois homens, na altura do município de Paracambi, na Baixada Fluminense. A dupla, que transportava o arsenal em três bolsas num carro e numa motocicleta, teria como destino o Complexo da Penha, um dos conjuntos de favelas mais conflagrados do Rio. “Há três projetos do governo federal no Rio que precisam de musculatura, ter mais gente trabalhando”, ressalta o secretário de Segurança do Rio.

Inteligência financeira

Um desses programas é Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra), criado em 2023 como uma força-tarefa numa parceria com o Ministério da Justiça, mas que na prática hoje só tem a participação da Polícia Cvil. A expectativa é de que órgãos como a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) façam parte dele. Outro projeto é a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco/RJ), que, por sua vez, só tem a PF trabalhando, enquanto deveria contar também com a PM e Polícia Civil. “Um outro projeto importante, o Capturas, não tem ninguém hoje trabalhando. Ele visa capturar criminosos de outros estados, o que para nós é bem-vindo, já que muitos vêm se esconder em comunidades do Rio”, diz Santos, destacando que Lewandowski sinalizou positivamente para todas as demandas de integração do governo do Rio.

A reunião aconteceu na semana passada em meio a uma explosão de roubos de veículos – entre o final de janeiro e começo de fevereiro, os registros chegaram a uma média de mais de 200 ao dia no estado. A atitude de criminiosos, às vésperas do julgamento da ADPF das Favelas – cujas medidas o governo do estado ataca de forma veemente -, levou o governo Castro a endurecer com mais operações em comunidades e colocando nas ruas a Operação Impacto, que já teria provocado uma redução de 79% nesses roubos em regiões da capital como Grande Tijuca e Grande Méier no fim de semana passado, o primeiro das ações. O momento atual de segurança deixa a população preocupada e não tem poupado nem a Fiocruz, maior centro de ciência e saúde da América Latina e cujo principal campus, à beira da Avenida Brasil e entre os complexos de Manguinhos e Maré, é alvo frequente de projéteis, como já mostrou VEJA. 

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